A confirmação da absolvição veio nesta sexta-feira (17), quando o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) anunciou que pretende recorrer da decisão de primeira instância, demonstrando a discordância com o veredicto do júri.
O julgamento durou aproximadamente 15 horas e o conselho de sentença reconheceu, por maioria, a materialidade e autoria do crime, mas absolveu Edimilson. A irmã de Gustavo expressou a insatisfação da família com o desenrolar do julgamento, afirmando que não puderam acompanhar toda a audiência e que a sentença de absolvição foi anunciada quase no final do processo.
A defesa do policial alega que o adolescente estava na garupa de uma moto quando foi atingido pelos tiros, e que os jovens teriam agido de forma suspeita, simulando estar armados e não respeitando a abordagem policial. No entanto, a família de Gustavo contesta essa versão, afirmando que testemunhas contradizem a narrativa apresentada pela defesa do policial.
O advogado de Edimilson destacou que o policial passou sete meses afastado do serviço, em tratamento psiquiátrico, e sofreu com as acusações de assassinar um jovem. Além disso, ressaltou que o júri entendeu que o sargento agiu em legítima defesa, no exercício legal de sua atividade.
O caso gerou comoção na sociedade, com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Fábio Felix (PSOL), manifestando-se sobre o ocorrido nas redes sociais.
Em meio à polêmica e à indignação da família da vítima, a decisão do Tribunal do Júri de Samambaia ainda está longe de ser o fim desse trágico episódio. O MPDFT promete continuar lutando por justiça e a família de Gustavo busca incansavelmente por respostas e por um desfecho que possa trazer um mínimo de conforto diante de tamanha dor e injustiça.
