Mágicos: o equilíbrio entre criatividade e saúde mental – estudo revela sua distinção em relação a outros grupos criativos

Doenças mentais e criatividade têm conexão, afirmam estudos

As doenças mentais sempre foram associadas ao pensamento criativo. Grandes mentes como o ator Robin Williams, o comediante Stephen Fry e a escritora Virginia Woolf enfrentaram transtornos bipolar e a esquizofrenia, respectivamente, mostrando que a genialidade muitas vezes está ligada a essas condições. Em um artigo publicado no site The Conversation, Gil Greengross, professor de Psicologia na Universidade Aberystwyth, no Reino Unido, explica que muitos pesquisadores acreditam que doenças mentais e neurodiversidade podem aumentar o pensamento criativo.

Ele argumenta que sintomas leves de psicose, como divagação mental e pensamentos desorganizados, podem ser desafiadores para o foco, mas acabam estimulando a criatividade. Um exemplo citado por Greengross é a cientista Temple Grandin, que credita sua experiência autista ao desenvolvimento de uma máquina de abraços que ajuda a lidar com o gado de forma mais humana.

Porém, um estudo publicado na revista científica BJPsych Open revelou que mágicos escapam da ligação entre criatividade e doenças mentais. Os pesquisadores analisaram 195 mágicos do Reino Unido e Estados Unidos, comparando-os com outros grupos criativos, como comediantes, poetas, atores e músicos. Os resultados mostraram que os mágicos não apresentam predisposição a traços autistas e tiveram pontuações mais baixas em sintomas psicóticos em comparação com outros grupos criativos.

Os mágicos, de acordo com o estudo, têm alta capacidade de concentração, níveis mais baixos de ansiedade social e menor propensão a experiências incomuns, pensamentos distorcidos e alucinações. Isso indica que as características dos mágicos são altamente vantajosas para seu trabalho, permitindo que se concentrem sem distrações. Além disso, não apresentam tendência a comportamento antissocial, têm bom autocontrole e apresentam pontuação baixa em sintomas psicóticos.

Em suma, o estudo indica que nem todos os indivíduos criativos são afetados da mesma forma por doenças mentais, mostrando que a relação entre criatividade e psicopatologia é mais complexa do que se pensava anteriormente. Os mágicos, com suas habilidades únicas e diferenciadas, escapam dessa associação e continuam a desafiar as noções pré-estabelecidas sobre criatividade e saúde mental.

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