Hospital Al Shifa vira “zona de morte” após retirada de bebês prematuros e civis devido aos bombardeios em Gaza.

A situação precária no hospital Al Shifa, o maior da Faixa de Gaza, atingiu níveis críticos neste domingo (19), com a retirada de mais de 30 bebês prematuros devido à falta de água, energia elétrica, medicamentos, comida e material médico. O diretor dos hospitais do território palestino alertou que a situação no hospital é “desesperadora” e que a falta de insumos tornou o local em uma “zona de morte”.

A equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) que visitou o complexo no sábado confirmou a gravidade da situação. Segundo o diretor geral dos hospitais da Faixa de Gaza, Mohamed Zaqut, os bebês prematuros que permaneceram no hospital após a evacuação do centro médico no sábado foram retirados neste domingo, sob acompanhamento de três médicos e dois enfermeiros.

O hospital também abrigava 25 profissionais de saúde e 291 pacientes, incluindo cerca de 30 bebês em estado crítico, 22 pessoas em diálise e duas no CTI. Além disso, 2.500 deslocados que haviam buscado refúgio no hospital para fugir dos bombardeios, deixaram o local no sábado após uma ordem de esvaziamento do Exército israelense.

Enquanto isso, Israel continua ampliando as operações contra o movimento islamista Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Nos últimos dias, os bombardeios e operações terrestres tem se intensificado na região, causando um grande número de mortes e deslocamentos.

O líder do Hamas, considerado uma organização terrorista por diversos países, incluindo os Estados Unidos, nega as acusações de Israel de que estaria utilizando os centros médicos e pacientes como “escudos humanos”.

Além da grave situação humanitária em Gaza, as tensões na Cisjordânia também estão elevadas. A ONU relata que mais de 200 palestinos morreram em ações de soldados israelenses e colonos na região. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou impor uma proibição de vistos aos “colonos extremistas que atacam civis na Cisjordânia” e propôs “reunificar” Gaza e Cisjordânia sob uma Autoridade Palestina “reforçada”, além de apoiar uma “solução de dois Estados”.

Enquanto a comunidade internacional tenta negociar um acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns, a situação humanitária na região continua crítica, com milhares de pessoas deslocadas e escassez de alimentos, água, medicamentos e energia elétrica. A perspectiva de uma pausa nos combates ainda parece incerta, enquanto a população sofre as consequências diretas do conflito.

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