Pré-candidatos de quinze capitais em busca do apoio do segmento religioso a um ano das eleições municipais

A um ano das eleições municipais, pré-candidatos de ao menos 15 capitais batem ponto em eventos e templos religiosos. Este movimento tem como objetivo se aproximarem dos fiéis e atrair o segmento cristão antes do período eleitoral, criando fidelidade. Segundo especialistas ouvidos pelo Globo, a participação em eventos e templos religiosos é uma forma eficaz para que pré-candidatos possam estreitar laços com o eleitorado cristão, distribuído por todas as regiões do Brasil.

Na maior cidade do país, São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que disputará a reeleição, e seu principal opositor, Guilherme Boulos (PSOL) têm se encontrado com lideranças religiosas. O emedebista participa constantemente de reuniões com pastores de grandes agremiações, como a Assembleia de Deus. Já Boulos, mesmo com mais resistência no setor por ser de esquerda, esteve com líderes de igrejas da Zona Sul paulistana, região em que concentra a maior parte de seu eleitorado. Além disso, a deputada Tabata Amaral (PSB) tem se aproximado do segmento com a ajuda do vice-presidente e principal entusiasta de sua campanha, Geraldo Alckmin, que ainda é um trunfo do governo Lula para estreitar laços com os religiosos.

O pré-candidato à reeleição, prefeito de João Pessoa (PB), Cícero Lucena (PP), aproveitou a Marcha para Jesus na capital para discursar aos eleitores, assim como fizeram seus adversários. Seus opositores também mandaram seus recados: o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) e o ex-prefeito Luciano Cartaxo (PT), que já estão em pré-campanha, publicaram fotos abraçados com fiéis na principal avenida da cidade. Em Salvador, o prefeito Bruno Reis (União) não ficou sozinho no discurso na Marcha para Jesus: Pastor Sargento Isidório (Avante), pré-candidato que pode representar a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) no ano que vem, também marcou presença e fez discurso de tom religioso.

Essa movimentação também se repete em outras capitais, como Curitiba, onde o casal Fernanda e Deltan Dallagnol participa de agendas com pastores da Igreja Batista. Filiados ao Novo, eles ainda não decidiram quem será candidato em 2024. Há incerteza sobre a inelegibilidade do ex-deputado, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, com base na Ficha Limpa. A decisão não menciona o prazo de oito anos longe das urnas; por isso, especialistas divergem sobre o veredito.

No Congresso, por sua vez, políticos se empenham na busca por votos, mas recuam na apresentação de proposições dedicadas ao segmento. Na Câmara, desde janeiro, foram 15 proposições legislativas que citam o termo “evangélicos”. Em 2022, o total foi de 25, e em 2021, 28. Entre os projetos, está o reconhecimento da arte evangélica como manifestação cultural, e outro pede o aumento da pena para o crime de desrespeito a crenças e símbolos religiosos. Esse cenário demonstra o impacto que a religião tem no cenário político do Brasil, especialmente em anos eleitorais. Portanto, a presença dos pré-candidatos em eventos e templos religiosos reflete a importância da religião na dinâmica da política brasileira e a busca por votos e apoio popular.

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