De acordo com Paes, foi determinado ao secretário de saúde municipal Daniel Soranz preparar uma proposta para implantar a internação compulsória de usuários de drogas no Rio de Janeiro. Ele alega que a presença de pessoas nas ruas que se recusam a aceitar acolhimento e cometem crimes, mesmo após abordagens por equipes da prefeitura e autoridades policiais, é inadmissível.
Entretanto, a fala de Paes foi criticada por profissionais que atuam na área de direitos humanos e saúde mental, que entendem que a medida não possui respaldo científico e legal. Lucio Costa, diretor executivo do Instituto Desiderata, afirmou que a afirmação do prefeito é perigosa, pois não leva em consideração uma dimensão científica e vai contra a legislação brasileira.
Por outro lado, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, endossou a declaração de Paes e defendeu a proposta, argumentando que a internação compulsória seria utilizada apenas em situações de maior gravidade, como casos em que o paciente já tentou se recuperar diversas vezes sem sucesso.
Soranz destacou ainda que a medida possibilitaria uma maior igualdade no acesso aos recursos públicos de saúde, permitindo que pessoas mais pobres também tenham acesso ao serviço de socorro em situações críticas.
No entanto, o diretor executivo do Instituto Desiderata argumenta que a internação compulsória não seria capaz de resolver o problema das pessoas em situação de rua que fazem uso de drogas. Ele defende uma abordagem mais complexa, que envolva moradia, cultura, trabalho e geração de renda, além do acesso à saúde.
Diante da polarização de opiniões, o debate sobre a internação compulsória de usuários de drogas se mantém em pauta, envolvendo questões de saúde, direitos humanos e políticas públicas.