No primeiro dia útil após o segundo turno presidencial, os indicadores econômicos indicaram um cenário de crescimento. Ao meio-dia, a alta da bolsa havia moderado para 15%, mas ainda refletia a confiança dos investidores sob a liderança do novo presidente.
As ações da petrolífera estatal YPF lideram esse aumento, com uma valorização de 35%. Milei anunciou que a empresa seria privatizada em uma ampla reforma do Estado. Além disso, a companhia telefônica privada Telecom Argentina também registrou um aumento de 35% em suas ações.
Os indicadores econômicos refletem um ambiente favorável aos investidores, com a expectativa de privatizações e redução dos gastos fiscais. O presidente eleito prometeu reduzir os gastos fiscais em 15%, sinalizando um compromisso com a estabilidade econômica e o controle da inflação.
Embora a Argentina aplique um sistema de controle cambial desde 2019, a taxa de câmbio informal, conhecida como “dólar blue”, reagiu com moderação, sendo negociada a 1.045 pesos por dólar, em comparação com 371,50 pesos por dólar da taxa de câmbio oficial.
No entanto, a economia argentina enfrenta desafios significativos, com uma taxa de inflação anualizada que atingiu 143% em outubro e a pobreza que atinge 40% da população. A economista Elisabet Bacigalupo alertou que o país enfrenta uma deterioração cada vez maior dos seus desequilíbrios macroeconômicos estruturais.
Nesta terça-feira, Milei teve sua primeira reunião com o presidente Alberto Fernández para coordenar a transição de governo e a posse, marcada para 10 de dezembro. O encontro se prolongou por quase duas horas, refletindo a importância da transição para a estabilidade política e econômica do país.
A eleição de Milei representa uma mudança significativa na política argentina, e os mercados reagiram positivamente a essa perspectiva. No entanto, os desafios econômicos e sociais enfrentados pelo país exigirão a implementação de políticas sólidas e sustentáveis para promover o crescimento e o bem-estar da população.