Terceiro julgamento de ativista dos direitos humanos detido na Venezuela é reiniciado com pedido de anulação do processo

O julgamento do ativista dos direitos humanos da Venezuela, Javier Tarazona, acusado de “terrorismo”, foi reiniciado pela terceira vez na terça-feira (21). Este é um processo altamente controverso, marcado por adiamentos e pedidos interpostos pela defesa pela anulação do processo.

Conforme informações divulgadas pelo advogado de defesa Miguel Forero à AFP, ele afirmou que se trata de um julgamento político, com acusações genéricas e a ausência de fatos concretos. Além disso, ele destacou que a situação é implausível, o que levanta questionamentos significativos sobre a imparcialidade do processo.

Essa não é a primeira vez que o julgamento de Tarazona é interrompido. O primeiro processo teve seu início em agosto de 2022 e foi marcado por 13 adiamentos, mas foi interrompido em outubro devido ao descumprimento dos prazos legais. O segundo teve o mesmo destino.

Javier Tarazona, reconhecido por sua atuação na denúncia de confrontos entre forças militares e grupos guerrilheiros em áreas de fronteira, está sendo julgado junto a outros dois ativistas. Eles enfrentam acusações de “terrorismo”, “incitação ao ódio” e “traição à pátria”.

Seus irmãos Rafael Tarazona e Omar de Dios García, membros da FundaRedes, organização que Tarazona preside, também estão sendo julgados, mas em liberdade condicional. Eles precisam se apresentar aos tribunais a cada 15 dias.

A situação de Tarazona e de outros presos políticos na Venezuela é uma preocupação para organizações de direitos humanos, que pedem sua libertação. A presença da FundaRedes nas regiões fronteiriças da Venezuela é significativa, principalmente por suas denúncias sobre a presença de grupos ilegais colombianos e possíveis ligações entre o governo venezuelano e o Exército de Libertação Nacional (ELN).

A Venezuela compartilha uma fronteira porosa com a Colômbia, criando um cenário propício para o tráfico de drogas, contrabando e atividades de grupos armados ilegais.

Diante desse contexto, é crucial que o processo de julgamento de Tarazona seja conduzido com transparência e respeito aos direitos humanos, fornecendo-lhe uma oportunidade justa de defesa e garantindo que as acusações sejam fundamentadas em fatos concretos. A comunidade internacional, incluindo organizações de direitos humanos, precisa manter os olhos voltados para esse caso e pressionar para que o processo seja conduzido de forma justa e imparcial.

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