Desenvolvimento de bioinseticida na Amazônia pode ser a solução para a ‘mosca maldita’ que assola fruticultura brasileira

A disseminação da “mosca maldita” em quatro estados do país fez com que o Ministério da Agricultura e Pecuária declarasse estado de emergência fitossanitária no Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. Um bioinseticida, produzido a partir de um fungo isolado no solo do Amapá, pode ser a solução para o problema ambiental.

Segundo a Embrapa Amapá, o bioinseticida obtido a partir do fungo Metarhizium anisopliae é ideal para controlar as moscas-das-frutas que ocorrem em ambiente tropical. Esse controle é fundamental, já que a dispersão da mosca-da-carambola pelo resto do país pode gerar um potencial prejuízo de até R$400 milhões anuais nas exportações de frutas brasileiras.

O pesquisador Adilson Lopes Lima destaca a alta efetividade do controle e a facilidade de produção em escala comercial desse bioinseticida. Além disso, estudos realizados atestaram o potencial de ação dessa nova tecnologia sobre as espécies Bactrocera carambolae (mosca-da-carambola), Anastrepha fraterculus, Ceratitis capitata (mosca do Mediterrâneo) e Bactrocera dorsalis (mosca-das-frutas-oriental).

A eficácia do bioinseticida ocorre por meio da aplicação direta do produto no solo, eliminando o inseto hospedeiro sem apresentar toxicidade ou deixar resíduos. Portanto, trata-se de um produto inovador que não possui similar no mercado tanto para a mosca-da-carambola quanto para as outras espécies de moscas-das-frutas.

A mosca-da-carambola representa uma ameaça significativa para a fruticultura do Brasil, levando o governo a declarar emergência fitossanitária nos estados afetados. Detecções do inseto pela primeira vez em 1996 evidenciam a preocupação com o aumento populacional nos últimos meses, o que reforçará as ações de monitoramento e combate à espécie.

Apesar do impacto econômico e ambiental, a presença da mosca-da-carambola não apresenta riscos diretos para a saúde humana, tornando-se fundamental buscar soluções sustentáveis como o bioinseticida produzido a partir do fungo encontrado no solo do Amapá. Essa descoberta traz esperança para a proteção da fruticultura brasileira e a preservação do meio ambiente.

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