Excesso de peso em crianças e adolescentes aumenta durante a pandemia de Covid-19, aponta estudo do Observatório de Saúde na Infância.

Durante a pandemia de Covid-19, o Brasil registrou um aumento significativo no número de crianças e adolescentes com excesso de peso. De acordo com um levantamento do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância – Fiocruz/Unifase), houve um crescimento de 6,08% no grupo de crianças com até 5 anos de idade. Já entre os adolescentes com idades entre 10 e 18 anos, o crescimento foi ainda mais expressivo, atingindo 17,2%. O excesso de peso engloba tanto os casos de sobrepeso como os de obesidade.

Os dados deste estudo foram obtidos por meio do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan-WEB), uma ferramenta que monitora indicadores de saúde e nutrição.

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Segundo os pesquisadores, a diminuição de exercícios físicos e o desajuste na alimentação são as principais explicações para os problemas de peso. O pesquisador Cristiano Boccolini, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e coordenador do Observa Infância, ressalta que a obesidade infantil e de adolescentes no Brasil ainda é uma grande preocupação de saúde pública e que os números continuam acima da média global e da América Latina.

Após o período da pandemia, entre 2021 e 2022, houve uma melhora nos percentuais, no entanto, os números ainda permanecem preocupantes. Cerca de 14,2% das crianças com até cinco anos e 31,2% dos adolescentes estavam com excesso de peso em 2022. O grupo que mais preocupa os pesquisadores é o de adolescentes, que apresenta uma tendência de crescimento do excesso de peso no longo prazo.

A comparação com outros países mostra que a situação no Brasil é mais crítica. Em 2022, o país registrou três vezes mais crianças com excesso de peso do que a média global e quase o dobro de adolescentes na mesma situação.

Os pesquisadores acreditam que os altos números da obesidade infantil no Brasil estão relacionados à falta de regulação dos alimentos ultraprocessados no país. A implementação de uma nova rotulagem frontal nos alimentos industrializados a partir de outubro de 2023 pode ter um impacto positivo nos números de obesidade a partir deste ano.

Este estudo serve como um alerta para a necessidade de políticas públicas, ação de profissionais de saúde, escolas e famílias na luta contra a obesidade infantil para garantir um futuro mais saudável para as crianças do Brasil.

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