Durante uma coletiva de imprensa, Orpo informou que o governo decidiu fechar mais postos fronteiriços, mantendo apenas o posto de Raja-Jooseppi aberto. A decisão foi tomada depois que a Finlândia fechou metade de suas oito passagens fronteiriças com a Rússia na semana passada para tentar conter a chegada de migrantes irregulares.
No entanto, segundo o primeiro-ministro, essas medidas não foram capazes de impedir o aumento no número de migrantes. Desde o início de agosto, aproximadamente 700 solicitantes de asilo entraram na Finlândia sem vistos pela fronteira oriental, de acordo com os guardas fronteiriços. O governo finlandês alegou que as autoridades estrangeiras e outros atores estavam desempenhando um papel para facilitar a entrada de pessoas na Finlândia, culminando em uma “ação sistemática e organizada das autoridades russas”.
Diante disso, as três passagens fronteiriças serão fechadas a partir de sexta-feira até 23 de dezembro, conforme informado pelo Ministério do Interior. Orpo ressaltou que a utilização da migração como um instrumento para influenciar a situação interna e a segurança fronteiriça da Finlândia e da União Europeia não será aceita.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, rejeitou as acusações de que Moscou estaria enviando deliberadamente migrantes para a fronteira finlandesa, alegando que as autoridades finlandesas estariam incentivando sentimentos russófobos.
As tensões entre os dois países aumentaram significativamente desde fevereiro de 2022, com a invasão russa da Ucrânia, levando a Finlândia a ingressar na Otan em abril de 2023, com preocupações sobre sua própria segurança.
A decisão da Finlândia de fechar metade de seus pontos de fronteira com a Rússia ocorre depois que a Guarda de Fronteira Finlandesa revelou que o número de chegadas da Rússia aumentou significativamente na última semana, com aproximadamente 60 requerentes de asilo chegando desde a manhã de segunda-feira, em comparação com um total de 91 pessoas que chegaram sem documentos exigidos em um período de quatro meses.
Em resposta, o Kremlin “lamentou profundamente” a decisão da Finlândia e alegou que o país estaria escolhendo um caminho de distanciamento deliberado das boas relações com a Rússia. A Finlândia havia aprovado uma nova legislação no ano anterior que permitia à Guarda de Fronteiras recusar pedidos de asilo em determinados pontos de passagem, visando conter a “imigração em massa orquestrada por outro país”.
