O método utilizado consiste em cultivar amostras de células da pele e folículos em laboratório, para posteriormente misturá-las com proteínas especiais e outros materiais, criando a chamada “bio-tinta”. Essa substância é inserida na pele cultivada em laboratório através de uma agulha fina, construindo a estrutura camada por camada, similar a qualquer forma de impressão 3D. Com o tempo, as células da pele migram para os canais que circundam as células ciliadas, criando estruturas semelhantes a folículos capilares profundamente incrustadas na camada dérmica da pele.
Apesar desse avanço, os tecidos artificiais criados pelos pesquisadores não possuem uma durabilidade significativa, durando apenas de duas a três semanas, o que não é tempo suficiente para o desenvolvimento dos fios de cabelo. Ainda assim, os cientistas estão satisfeitos com os primeiros resultados e os progressos alcançados até o momento.
Pankaj Karande, professor associado de engenharia química e biológica do Instituto, destacou a importância desse estudo: “a reconstrução dos folículos capilares usando células de origem humana tem sido historicamente um desafio. Alguns estudos demonstraram que se estas células forem cultivadas num ambiente tridimensional, podem potencialmente originar novos folículos capilares ou hastes capilares, e o nosso estudo baseia-se neste trabalho”.
Além disso, os folículos capilares são importantes para a absorção de medicamentos e cosméticos tópicos, o que reforça a relevância desse avanço na criação de pele cultivada em laboratório e sua utilização em testes de drogas. Por outro lado, pesquisadores estão investigando a possibilidade de utilizar a tecnologia de impressão 3D para tratar a queda de cabelo.
Esses avanços são de grande importância para uma parte significativa da população, especialmente os jovens adultos, que estão cada vez mais preocupados com a perda de cabelo. Segundo uma pesquisa realizada no Reino Unido, nove em cada 10 jovens adultos estão preocupados com a possibilidade de o cabelo ficar ralo, diminuir de volume ou desaparecer completamente, uma condição que tem sido chamada de “hairxiety”, representando uma fonte de ansiedade crescente.
Diante disso, é evidente a relevância desse estudo para a saúde e estética, não apenas na área da dermatologia, mas também para as indústrias de cosméticos e farmacêutica. As possíveis aplicações dos resultados desse projeto podem representar um grande avanço na medicina e no bem-estar, contribuindo para um grande progresso científico e tecnológico.