Presidente do STF lamenta a morte de preso acusado por atos golpistas e pede apuração sobre as condições do sistema penitenciário.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, manifestou pesar pela morte de um dos presos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Cleriston Pereira da Cunha faleceu nas dependências do presídio da Papuda, em Brasília, após um mal súbito durante o banho de sol. Barroso expressou solidariedade aos familiares do preso, ressaltando que a morte foi decorrente de causas naturais.

Durante a abertura da sessão, o ministro enfatizou que, apesar da tragicidade de qualquer perda de vida humana, o Judiciário não tem controle sobre o sistema penitenciário. Além disso, Barroso mencionou que quatro presos morrem diariamente no Brasil por causas naturais, destacando a necessidade de melhorias nas condições carcerárias.

O STF já havia declarado o estado de coisas inconstitucional no sistema prisional e começou a elaborar um plano para aprimorar as condições. No entanto, Barroso reforçou que não é competência do Judiciário administrar o sistema penitenciário.

Após a morte de Cleriston, a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal comunicou o ocorrido ao gabinete de Alexandre de Moraes, relator do processo em que o acusado estava envolvido. A defesa de Cleriston, previamente, havia pedido a liberdade do cliente em função de seu estado de saúde, citando sequelas da covid-19 e problemas cardíacos.

O advogado Bruno Azevedo de Sousa apresentou um laudo médico e ressaltou que as condições insalubres do ambiente prisional poderiam acarretar complicações fatais para o cliente. Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu um parecer favorável à soltura de Cleriston.

A morte do preso nas dependências da Papuda levou o STF a determinar a apuração das circunstâncias do ocorrido, a fim de esclarecer os fatos envolvendo a fatalidade. A preocupação com as condições carcerárias e a necessidade de garantir o cumprimento dos direitos humanos dentro do sistema penal brasileiro tornaram-se questões centrais no debate sobre a atuação do Judiciário e a administração prisional.

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