Irma Pérez, uma cubana de 28 anos, desembarcou no aeroporto internacional de Manágua, em um voo charter de sua cidade natal, Holguín, no leste de Cuba. Relatou que o voo foi feito pela Viva Aerobus, com escala em Cancún, pela quantia de 1.250 dólares (R$ 6.120,25) por passagem.
Outros cubanos afirmaram que também voaram em aviões da Viva Aerobus e explicaram que se tratavam de voos charter, ou seja, aeronaves fretadas por agências de viagens que vendiam as passagens. A companhia não respondeu ao contato feito pela AFP, mas também não constam itinerários de cidades cubanas para Manágua em seu site de vendas on-line.
Além disso, um relatório do Diálogo Interamericano revela que houve 50 voos charter por mês, em média, de Havana para Manágua entre janeiro e outubro de 2023. As operações partindo de Porto Príncipe, no Haiti, também aumentaram consideravelmente.
Estima-se que mais de 421.000 cubanos tenham chegado de maneira irregular à fronteira com os Estados Unidos, sendo muitos deles provenientes da Nicarágua, desde que a necessidade de visto para os cubanos foi eliminada em novembro de 2021.
Devido a esse aumento na migração, o vice-ministro de Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, destacou que “essa situação já não é mais como era” entre agosto e outubro.
Vale ressaltar que a migração irregular de cubanos e haitianos para os Estados Unidos foi beneficiada, ao longo do ano, pelo programa conhecido como Parole. Este facilita a migração legal para cidadãos de quatro países: Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, mas não é suficiente para cobrir a demanda migratória do número de pessoas que pretendem migrar.
Assim, a migração em massa tem se tornado uma forte preocupação para os países envolvidos, e medidas estão sendo tomadas para controlar a situação.
