Seldowitz, ao longo de sua carreira, atuou no Gabinete de Assuntos Israelenses e Palestinos do Departamento de Estado dos EUA, e chegou a assumir a direção do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca durante a gestão de Barack Obama.
Em entrevistas à mídia americana, Seldowitz reconheceu ser o homem que aparece nas filmagens, em horários diferentes do dia, e discute com o vendedor de comida halal. Ele alegou que o comerciante o teria provocado com uma fala de apoio ao Hamas, grupo responsável pelo ataque terrorista em Israel, em 7 de outubro, que deflagrou uma guerra no Oriente Médio. No entanto, o comerciante, identificado como Mohamed Hussein, negou ter feito qualquer comentário favorável a extremistas.
Os vídeos que circulam nas redes sociais mostram Seldowitz ironizando o assassinato de jovens na Faixa de Gaza em meio à retaliação pelos ataques do Hamas. O ex-funcionário do Departamento de Estado também chama o vendedor de “terrorista”, “ignorante” e zomba do fundador do Islã, o profeta Maomé.
Em uma entrevista por telefone na terça-feira (21), Seldowitz negou ser islamofóbico e afirmou que suas declarações foram fruto da irritação no momento da discussão. No entanto, o vendedor relatou à polícia que se sentiu “com medo e irritado” devido aos comentários islamofóbicos proferidos por Seldowitz.
Além disso, Seldowitz foi acusado de tirar fotos do vendedor e ameaçar enviá-las aos “amigos da Imigração”. Ele reside a poucos quarteirões do local onde o vendedor costumava instalar seu carrinho de comida halal. O New York Times não conseguiu contato com Mohamed Hussein para comentar o incidente.
Seldowitz confirmou ao New York Times que ocupou vários cargos em governos democratas e republicanos, incluindo o de diretor interino da Diretoria do Sul da Ásia do Conselho de Segurança Nacional e um cargo no Escritório de Israel e Assuntos Palestinos do Departamento de Estado dos EUA. No entanto, ele não ocupa mais nenhum cargo governamental.
A acusação de islamofobia contra Seldowitz foi apresentada após o vendedor relatar à polícia as diversas abordagens e comentários preconceituosos sofridos durante o período em que trabalhava. As denúncias e o caso geraram repercussão na internet e trouxeram à tona debate sobre o aumento do ódio e intolerância religiosa nos EUA.