Sonia Bonfim, que perdeu o marido e um filho em ações violentas no ano de 2021, relatou que, mesmo após dois anos, o IML ainda não entregou os laudos que indicam a causa das mortes. Além disso, ela reclamou que, quando os laudos são entregues, eles são inconclusivos, o que dificulta ações com pedidos de indenização.
Segundo Sonia, o ato de protesto teve como objetivo cobrar para que o IML faça o trabalho corretamente, evidenciando falhas nos laudos, como a falta de fotos. Ela destacou a importância das fotos para mostrar o estado em que as vítimas chegaram e a falta delas nos laudos, o que causa ainda mais sofrimento para as famílias. Além disso, Sonia mencionou que o laudo do seu filho não contém foto, apesar da necessidade de tê-la para comprovar o estado da vítima. No caso do marido, a única foto presente é da perna, sendo que ele foi atingido por tiros no tórax.
O ato contou com o apoio da Marcha da Periferia, um movimento que luta contra a violência racista e genocida no estado. Maristela Farias, da direção do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, que nacionalizou a marcha, afirmou que o ato faz parte da mobilização do Novembro Negro, em combate à desigualdade racial no Mês da Consciência Negra.
Diante das reclamações feitas pelas mães de vítimas de violência letal, a reportagem solicitou um posicionamento da Secretaria de Estado de Polícia Civil, mas a instituição não se manifestou até o fechamento desta matéria. O protesto evidenciou a insatisfação e a revolta das famílias das vítimas da violência diante da falta de comprometimento e conclusão nos laudos cadavéricos por parte do Instituto Médico Legal.