Mortalidade materna entre mulheres negras é mais que o dobro em comparação com mulheres brancas, aponta pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde.

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz mostrou que, em comparação à taxa de mortalidade materna de mulheres brancas, as mulheres negras são mais de duas vezes mais vulneráveis a esse tipo de fatalidade. A Pesquisa Nascer no Brasil II: Inquérito Nacional sobre Aborto, Parto e Nascimento, divulgada recentemente, apontou que, para cada 100 mil nascidos vivos, houve 100,38 mortes de mães pretas, contra 46,56 de mães brancas. Para mulheres pardas, a taxa de mortalidade é de 50,36.

Essa discrepância na mortalidade materna entre negras e brancas é uma realidade constante em todo o Brasil, conforme indicado pelo estudo. Durante a pandemia, as disparidades aumentaram significativamente, com taxas mais altas de mortalidade para mulheres negras do que para mulheres brancas em 2020 e 2021.

O estudo também identificou uma série de fatores que contribuem para essas taxas mais elevadas de mortalidade materna entre a população negra e parda. Dentre esses fatores, incluem-se o início tardio de cuidados pré-natais, a ocorrência de doenças durante a gestação, gestações precoces, o local de internação e a necessidade de peregrinar para encontrar atendimento médico para o parto.

Para reverter esse cenário preocupante, o Ministério da Saúde anunciou diversas medidas, como a construção de 30 maternidades e 30 centros de parto normal, além da contratação de 30 mil profissionais pelo programa Mais Médicos. Em adição, está previsto um repasse de R$ 870 milhões a estados e municípios para custear equipes multiprofissionais.

O Brasil se comprometeu com as Nações Unidas em reduzir a taxa de mortalidade materna para 30 mortes a cada 100 mil nascidos vivos até 2030, e, para atingir esse objetivo, é crucial que medidas como essas sejam implementadas e fortalecidas.

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