A reportagem alega que a investigação é baseada em documentos russos e ucranianos que comprovam que a menina, de nome original Margarita, havia desaparecido após a tomada da cidade de Kherson por soldados da Rússia. A situação ganha contornos ainda mais graves quando a BBC relata que Mironov alterou a identidade da criança após levá-la para a Rússia.
Esse caso, que já é impactante por si só, ganha um grau de magnitude ainda maior quando é levantada a hipótese de que isso não seja um acontecimento isolado. Segundo a BBC, uma investigação em andamento no Gabinete do Procurador-Geral da Ucrânia informou que a deportação ilegal de 48 crianças de um orfanato em Kherson foi identificada.
O escritório presidencial da Ucrânia, por sua vez, teceu duras críticas sobre o caso. Andriy Yermak, chefe do escritório presidencial, afirmou que a retirada de crianças ucranianas para a Rússia é um “crime de guerra”. Ele ressalta que a clara intenção de remover as crianças de maneira permanente é inadmissível.
A Rússia, por sua vez, não negou o deslocamento de crianças para seu território, justificando que o fez para protegê-las. De acordo com informações do Tribunal Penal Internacional, mandado de prisão contra Vladimir Putin e sua comissária para a infância foram emitidos pelo “crime de guerra de deportação ilegal e transferência” de crianças da Ucrânia para a Rússia.
Sergei Mironov, de 70 anos, comanda um partido pró-Kremlin no Parlamento russo e chegou a ser chefe do Conselho da Federação, a Câmara Alta do Parlamento russo. Por fim, tal acusação levanta questões essenciais sobre o envolvimento de figuras importantes do governo russo em um caso que, até o momento, permanece nebuloso e repleto de incógnitas. Vale ressaltar que este é um crime hediondo, que não pode ser tolerado de forma alguma.