A preservação do relacionamento entre Brasil e Argentina tem sido a prioridade de Scioli. O embaixador possui boa relação com membros da futura administração argentina e há especulações de que ele poderá permanecer no cargo após 10 de dezembro, quando Milei será empossado como presidente. Por essa razão, Scioli é considerado uma peça-chave para assegurar que a relação entre os dois países não entre em uma nova fase de crise e tensão.
Durante a reunião, que durou cerca de uma hora, foram discutidos temas referentes ao relacionamento bilateral. O embaixador, que optou por não fazer comentários, é conhecido por ser um forte defensor da aliança estratégica entre Brasil e Argentina. Além disso, os esforços para aproximar posições com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se intensificaram desde a vitória de Milei nas eleições presidenciais, visando fortalecer o vínculo entre os dois países.
Figuras essenciais desempenham um papel crucial nesse processo de aproximação, incluindo o embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, que mantém um canal aberto com colaboradores e futuros ministros do governo de Milei. As conversas têm como objetivo criar condições para viabilizar a presença de Lula na posse do novo presidente e, acima de tudo, desestressar o relacionamento bilateral.
Embora durante a campanha Milei tenha feito comentários ácidos sobre o presidente brasileiro, espera-se que ele adote uma postura mais moderada em relação a Lula, abrindo espaço para a melhoria das relações entre os dois países. Do lado brasileiro, o presidente Bolsonaro demonstrou apoio à candidatura do peronista Sergio Massa, mas ainda não há definições sobre a participação de autoridades brasileiras na posse de Milei.
A expectativa é que, mesmo com as diferenças políticas, a relação entre Brasil e Argentina seja preservada e fortalecida, independentemente dos líderes políticos que estiverem no poder. A última palavra sobre a presença de autoridades brasileiras na posse de Milei ainda não foi dada por Lula, mas a possibilidade já foi levantada pelo próprio presidente eleito argentino.