Porta-bandeira da Portela sofreu abordagem racista por segurança da loja no aeroporto de Brasília. Veja entrevista da baluarte indignada.

Em um ato de agressão injustificada e claramente racista, a legendária porta-bandeira da Portela, Vilma Nascimento, de 85 anos, foi abordada por uma segurança da loja do Duty Free no Aeroporto de Brasília na última terça-feira. Juntamente com sua filha, Danielle Nascimento, a lendária baluarte foi tratada de forma humilhante e discriminatória pela funcionária, que a acusou de ter furtado objetos do local.

A situação constrangedora e revoltante vivida por Vilma e Danielle ganhou notoriedade nas redes sociais após a filha da porta-bandeira compartilhar o vídeo da abordagem racista. Segundo Danielle, tudo começou quando elas entraram na loja para comprar uma lembrança para o marido e filho dela. Vilma, que é considerada no mundo do samba como a “cheirosa”, estava olhando os perfumes, quando a situação começou a escalar. A funcionária do estabelecimento as acusou de furto, o que gerou constrangimento e indignação pela ação discriminatória sofrida.

A baluarte da Portela, que viajou à capital federal para ser homenageada pelo Dia da Consciência Negra, condenou a atitude racista da segurança e lamentou o ocorrido. Durante o desabafo, ela chegou a dizer que a atitude da loja foi “de araque” e que a segurança, que foi afastada de suas funções, voltaria a trabalhar. A filha de Vilma, Danielle, compartilhou o sentimento de indignação diante do episódio, afirmando que se sentiu impotente e que queria apenas provar a inocência da mãe.

A situação despertou uma onda de solidariedade, indignação e repúdio nas redes sociais, com diversos usuários e personalidades repercutindo o episódio. Em um momento marcante, a filha de Vilma descreveu o sentimento de impotência ao ver a mãe ser alvo de discriminação: “Me senti um nada. Perguntava à fiscal o que vocês estão acusando a gente de ter pegado “O que você achou que estava na bolsa da minha mãe?”. Me senti discriminada porque ela não me tratou como uma pessoa, não me tratou com respeito”.

Depois que as imagens viralizaram, a funcionária responsável pela abordagem racista foi afastada pela loja, que emitiu uma nota pedindo desculpas “pelo lamentável incidente”, além de reforçar o compromisso em impedir que situações semelhantes voltem a ocorrer. A Dufry Brasil, empresa responsável pelo Duty Free presenteperante no Aeroporto de Brasíliapor, se manifestou publicamente, afirmando que a abordagem foi “absolutamente fora do nosso padrão” e que a profissional foi devidamente afastada de suas funções.

O episódio serviu para chamar a atenção não apenas para o caso específico de Vilma e Danielle, mas também para a persistência da discriminação racial no país. A comoção gerada pela situação também revelou a importância de denunciar e combater práticas racistas e de promover a conscientização sobre a questão racial, destacando a necessidade de que a sociedade esteja atenta e ativa no combate a todo tipo de discriminação. Em última instância, o episódio é um lembrete da luta constante pela igualdade e pelo respeito mútuo, independentemente de raça ou origem. Esperamos que a indignação gerada por essa situação ajude a iluminar o caminho para um futuro mais inclusivo e igualitário.

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