Variante Ômicron do Sars-CoV-2 completa dois anos e ainda é desafio para pandemia da Covid-19 com novas sublinhagens.

Há dois anos, um anúncio feito por cientistas da África do Sul mudaria os rumos da crise sanitária causada pela Covid-19. Em dezembro de 2019, a comunidade científica confirmava a existência de uma nova cepa do Sars-CoV-2, o vírus responsável pela doença, que levaria a uma escalada vertiginosa do número de casos e mudaria completamente a batalha contra a pandemia. A variante Ômicron, como foi batizada, levou países ao redor do mundo a baterem recordes de infecções, surpreendendo por não aumentar os quadros graves na mesma proporção.

A epidemia vinha sendo conduzida sob o espectro de desolação gerado pela variante Gama, identificada na região de Manaus, e pela Delta, proveniente da Índia. No entanto, Ômicron surgiu e transformou o cenário da pandemia ao se tornar predominante em todo o mundo apenas quatro semanas após a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificá-la como uma nova “variante de preocupação” (VOC). Isso ocorreu num cenário em que cerca de 90% da população mundial já possuía alguma imunidade, seja pela vacinação, seja pelo contato com o vírus.

Logo, Ômicron tomou conta do planeta, levando o Brasil a registrar mais de 1,3 milhão de novos casos em apenas uma semana e a contabilizar mais de 3 mil mortes diárias. No entanto, diferentemente do que se previa, o número de hospitalizações e óbitos não aumentou na mesma proporção dos diagnósticos. A razão para isso reside na própria estrutura do vírus, que, apesar de se dividir em sublinhagens, ainda mantém a sua “raiz” representada pela variante Ômicron, segundo a infectologista Rosana Richtmann.

Além disso, a situação em que Ômicron emergiu era diferente das cepas anteriores, já que boa parte da população mundial havia recebido ao menos uma dose das vacinas disponíveis. Contudo, um dos desafios agora é conseguir desenvolver doses das vacinas atualizadas no ritmo necessário para acompanhar as mutações do vírus. Nessa mesma linha, é necessário ampliar a cobertura vacinal, especialmente em grupos prioritários como crianças com menos de 5 anos, idosos e gestantes.

No entanto, apesar dos desafios, a esperança reside na possibilidade de a Covid-19 se tornar uma doença endêmica, com aumento esporádico de casos, mas sem a mesma gravidade de outrora. Com a continuidade da pesquisa e do avanço da vacinação, é possível que a batalha contra a pandemia exerça um controle maior sobre a disseminação do vírus no futuro.

Portanto, a Ômicron não representa o fim da luta contra a Covid-19, mas um novo capítulo nessa longa jornada, em que a comunidade científica e os profissionais de saúde continuam a empreender esforços para conter a disseminação do vírus e salvar vidas ao redor do mundo.

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