74% das mulheres brasileiras passaram por violência em deslocamentos nas cidades, revela pesquisa sobre Percepções e Experiências das Mulheres.

A violência contra as mulheres em deslocamentos urbanos é uma realidade que atinge mais de três quartos das brasileiras, conforme aponta a pesquisa Percepções e Experiências das Mulheres quando se Deslocam pelas Cidades, realizada pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, em parceria com a Uber.

De acordo com o estudo, 74% das mulheres brasileiras relataram ter passado por algum tipo de violência durante seus deslocamentos pelas cidades. As situações mais vivenciadas incluem cantadas e olhares insistentes, mencionados por 60% das mulheres. Além disso, o sequestro-relâmpago foi mencionado por 32%, a importunação sexual por 27%, a discriminação por 17% e o racismo por 14%. A pesquisa também revelou que 12% das mulheres passaram por agressão física e 7% relataram ter sofrido estupro.

Os deslocamentos a pé foram apontados como os que apresentam a maior incidência de violência, com 55% das vítimas de sequestro-relâmpago, 56% das vítimas de racismo e 50% das vítimas de estupro relatando estar se deslocando dessa forma. Além disso, 56% das mulheres que sofreram importunação sexual estavam utilizando ônibus no momento do incidente, enquanto 5% estavam em um carro particular.

Para evitar a violência, 94% das mulheres disseram que evitam passar por locais escuros, 89% tentam não sair à noite e 86% pedem para ser esperadas em casa ou que aguardem notícias ao chegar ao destino. O medo ao se deslocar é uma constante na vida das mulheres, aumentando a ênfase na importância da segurança nas cidades.

Em relação ao transporte, a pesquisa revelou que a maioria das mulheres (59%) faz deslocamentos à noite e 8% durante a madrugada, com a manhã sendo o período do dia com mais saídas (87%). A segurança é a maior preocupação das mulheres ao se moverem nas cidades, citada por 88%, à frente do tempo (77%) e custo (72%).

A pesquisa ouviu 1,6 mil mulheres maiores de 18 anos em todo o país, com entrevistas realizadas nos meses de setembro e outubro de 2023. Os resultados indicam a necessidade de um maior investimento em políticas públicas e ações para garantir a segurança das mulheres nos espaços urbanos.

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