Estudo aponta que 74% das mulheres brasileiras sofrem violência em deslocamentos urbanos, revela pesquisa Percepções e Experiências das Mulheres.

Segundo uma pesquisa realizada pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva em parceria com a Uber, 74% das mulheres brasileiras já passaram por situações de violência durante deslocamentos nas cidades. O estudo intitulado “Percepções e Experiências das Mulheres quando se Deslocam pelas Cidades” revelou que as formas mais comuns de violência relatadas pelas mulheres incluem cantadas e olhares insistentes, sequestro-relâmpago, importunação sexual, discriminação, racismo, agressão física, e estupro.

De acordo com a pesquisa, os deslocamentos a pé são os que apresentam a maior incidência de violência, com 55% das vítimas de sequestro-relâmpago, 56% das vítimas de racismo, e 50% das vítimas de estupro declarando estarem a pé no momento das agressões. Já nos ônibus, 56% das vítimas de importunação sexual e 28% das vítimas de sequestro-relâmpago estavam se deslocando dessa forma. A pesquisa também destacou que 33% das mulheres que sofreram estupro estavam em um carro particular no momento do crime.

A pesquisa revelou que 94% das mulheres evitam passar por locais escuros, 89% tentam não sair à noite, e 86% pedem para serem esperadas em casa ou que aguardem notícias ao chegar ao destino como medidas para evitar a violência. Apesar do medo, a maioria das mulheres (55%) ainda sai de casa ao menos cinco vezes por semana, sendo que 34% vão às ruas todos os dias.

A preocupação com a segurança é apontada por 88% das mulheres como a principal preocupação ao se deslocar pelas cidades, à frente do tempo (77%) e custo (72%). A pesquisa foi realizada com 1,6 mil mulheres maiores de 18 anos em todo o país, nos meses de setembro e outubro de 2023.

Os resultados da pesquisa trazem à tona a problemática da violência contra mulheres durante deslocamentos urbanos, destacando a necessidade de medidas efetivas para garantir a segurança e integridade das mulheres no espaço público. O estudo também revela a importância de se discutir e combater a cultura do assédio e da violência de gênero, promovendo ambientes mais seguros e inclusivos para as mulheres.

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