Vetos na Lei Orgânica das Polícias Civis geram reação de entidades de classe e sindicatos em diversas regiões do Brasil

Os vetos na Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, têm provocado reações fortes por parte de diversas entidades de classe. Publicada na quinta-feira (23) no Diário Oficial da União, a sanção deixou de fora tópicos importantes como indenizações e aposentadoria integral, gerando insatisfação e descontentamento entre os representantes das polícias civis.

A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) e a Federação Nacional dos Peritos Oficiais em Identificação (Fenappi) emitiram uma nota conjunta, expressando sua indignação com o que classificaram como traição por parte do governo federal. Segundo eles, a sanção da lei representa uma posição política antagônica ao que havia sido acordado previamente, resultando em uma traição às entidades de classe, congressistas, categoria de policiais civis e toda a sociedade brasileira.

O comunicado destaca a perplexidade diante dos vetos de dispositivos já consagrados em leis estaduais e na Constituição Federal, que asseguram direitos essenciais aos policiais civis, como regras de previdência, indenizações por insalubridade e periculosidade, entre outros. O texto ressalta a marginalização e insegurança jurídica dos policiais civis aposentados, que se sentem desvalorizados após décadas de serviço prestado à sociedade.

Os sindicatos também se manifestaram. O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) destacou que a expectativa era de que a nova lei representasse um avanço significativo para a categoria, mas os 31 vetos foram interpretados como profundamente injustos. Já o Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Maranhão (Sinpol-MA) repudiou veementemente a sanção da lei, considerando injustificáveis os argumentos que levaram aos vetos.

Entre os pontos vetados estão garantias de aposentadoria integral, pagamento de indenizações, licenças e ajuda de custo em caso de remoção para outra cidade. A Presidência da República citou que os vetos foram realizados por inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público.

A indignação das entidades de classe e a insatisfação dos sindicatos demonstram a insatisfação e preocupação com os rumos da legislação para as polícias civis brasileiras, colocando em xeque a efetividade das medidas adotadas pelo governo para modernizar as corporações e assegurar direitos fundamentais aos policiais civis. A tensão entre as entidades e o governo pode resultar em protestos e mobilizações nos próximos dias, o que pode colocar em evidência a importância do debate sobre a segurança pública no país.

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