Ministro das Relações Exteriores avalia como “produtiva” reunião com a chanceler argentina eleita em coletiva de imprensa.

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, participou de uma coletiva de imprensa no último domingo (26), na qual avaliou como “produtiva” a reunião que teve com a deputada argentina eleita, Diana Mondino, chanceler designada pelo presidente eleito Javier Milei. Vieira enfatizou que, apesar de possíveis declarações críticas ao Mercosul, o importante são as manifestações formais e que ambos os países desejam adotar medidas para fazer o bloco avançar.

Durante a reunião, Vieira discutiu possíveis acordos e negociações, como os corredores bioceânicos e as negociações externas do Mercosul, assim como a ampliação e aprofundamento das decisões do bloco. O ministro destacou que há uma coincidência de ideias entre Brasil e Argentina, pois ambos desejam um Mercosul maior e melhor para beneficiar a integração regional.

Vale lembrar que o presidente brasileiro no Mercosul vai até o dia 7 de dezembro, três dias antes da posse de Javier Milei. Durante sua campanha, Milei defendeu a saída da Argentina do bloco econômico, mas posteriormente recuou da ideia e passou a defender apenas mudanças. O Mercosul ainda reúne Uruguai e Paraguai.

Um dos principais acordos em negociação pela presidência brasileira no Mercosul é o acordo com a União Europeia, que foi aprovado em 2019 após 20 anos de negociações, mas ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve 31 países.

Durante a reunião, Vieira também recebeu o convite para que o presidente Lula participe da posse de Milei no dia 10 de dezembro. O ministro destacou que não vê nenhum tipo de problema ou constrangimento em relação a esse convite e que a presença de Lula na posse está sendo avaliada.

Vieira ressaltou a importância da relação diplomática entre Brasil e Argentina, mencionando os longos e fortes laços que transcenderam governos. O ministro também destacou os setores de cooperação entre os dois países, como energia nuclear, ciência e tecnologia, informática, comércio, indústria e investimentos.

Por fim, sobre a possibilidade de a Argentina ingressar nos Brics, bloco que reúne nações em desenvolvimento, o ministro apontou que é de interesse do Brasil a entrada do país, mas que a decisão cabe ao novo governo avaliar. Ele ressaltou que a entrada da Argentina nos Brics é uma questão de equilíbrio da representação geográfica no bloco e que a Argentina é um sócio importante do Brasil.

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