Onda de calor agrava falta de refrigeração em hospitais do Brasil, gerando reclamações de usuários do SUS

A crise de saúde pública no Brasil tem se agravado com a onda de calor que atinge o país. Em diversas regiões e unidades de saúde, a falta de refrigeração tem se tornado um problema recorrente, prejudicando o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Usuários de hospitais públicos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília têm denunciado as condições precárias de atendimento, que incluem a ausência de ar-condicionado ou ventiladores, falta de climatização adequada e até a suspensão de cirurgias.

No Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília, os pacientes relataram a falta de ventilação e a necessidade de improvisar abanadores com a carteira de identidade para amenizar o calor. Enquanto isso, a auxiliar Maria Erlaine Miranda descreveu as condições precárias do quarto em que ficou internada, sem ventiladores para enfrentar as altas temperaturas. Além disso, a ala de tomografia do hospital também carece de um ambiente mais arejado para os pacientes.

A situação se repete em muitos outros hospitais públicos pelo país. Em Guarulhos (SP), a falta de ar-condicionado chegou ao extremo, causando a suspensão de cirurgias no Hospital Pimentas Bonsucesso. Mães que acompanham os filhos no Hospital Infantil João Paulo II, em Minas Gerais, passaram a levar ventiladores de casa para tentar minimizar o calor na unidade de internação. O mesmo acontece no Rio de Janeiro, onde pacientes do Hospital Federal da Lagoa enfrentam o desconforto causado pelas altas temperaturas, chegando ao ponto de utilizarem lençóis para tentar se proteger do calor insuportável.

Em resposta a essa situação, as Secretarias de Saúde das diferentes regiões têm se mobilizado para tentar resolver o problema. Em Brasília, a Secretaria de Saúde informou que novos equipamentos de climatização já foram instalados no pronto socorro do Hospital Regional da Asa Norte. Já em Guarulhos, a Secretaria de Saúde do município alugou aparelhos de ar-condicionado para áreas sensíveis, como salas cirúrgicas, na tentativa de restabelecer a normalidade nos próximos dias. No entanto, há relatos de atrasos nas ações para resolver a questão.

A falta de investimento em infraestrutura e a falta de manutenção adequada em gestões anteriores têm sido apontadas como causas desse problema. O Ministério da Saúde, por sua vez, tem se comprometido em investir na climatização dos hospitais federais. No entanto, os pacientes de hospitais federais do Rio de Janeiro, como o Hospital Federal da Lagoa, ainda enfrentam o calor sem ar-condicionado. O ministério informou que está em andamento um processo licitatório para a compra de um novo equipamento de ar condicionado, visando substituir o antigo e garantir o conforto térmico adequado para pacientes e funcionários.

Nesse contexto, a ausência de climatização adequada nos hospitais públicos tem se mostrado um sério problema que impacta diretamente o atendimento aos pacientes, representando uma violação do direito à saúde. A falta de infraestrutura e as péssimas condições nas quais os pacientes têm sido submetidos evidenciam a urgência de medidas para solucionar essa questão, garantindo um atendimento de qualidade e digno a todos os usuários do SUS.

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