Os resultados indicam que a IA pode ser uma ferramenta útil para o planejamento e avaliação dos serviços de saúde e para orientar protocolos de encaminhamento de pacientes. A inteligência artificial vem sendo cada vez mais utilizada para prever taxas de mortalidade e sobrevivência, pois pode aprimorar-se automaticamente, sem a necessidade de programações constantes.
O estudo foi conduzido com informações não identificadas sobre condições sociais, características clínicas, atendimento e sobrevida de 31.916 pacientes de câncer colorretal em mais de 70 hospitais do Estado de São Paulo entre 2000 e 2021. Os registros pertencem ao Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo (RHC-SP), gerido pela Fundação Oncocentro do Estado de São Paulo (Fosp). Além disso, o estudo é apoiado pela FAPESP no âmbito do projeto “Controle do Câncer no Estado de São Paulo (ConeCta-SP): do conhecimento à ação”.
O líder do estudo, Lucas Buk Cardoso, que também é pesquisador do Núcleo de Sistemas Eletrônicos Embarcados (NSEE) do Instituto Mauá de Tecnologia, acredita que esse estudo pode ser o primeiro de muitos que permitirão a simulação de cenários e impactos na sobrevida de pacientes com câncer. Com as informações obtidas, melhores decisões clínicas e de gestão em saúde pública poderão ser tomadas.
Já a coautora do artigo, Tatiana Toporcov, professora da FSP-USP, aponta que esse tipo de avaliação pode indicar modelos que servirão como instrumentos para a tomada de decisão dos gestores em momentos de potencial disrupção nos serviços de saúde, como acontece em pandemias, por exemplo.
Em suma, a IA tem demonstrado grande potencial e promete revolucionar o diagnóstico e tratamento de diversas doenças, como é o caso do câncer colorretal. Com os avanços tecnológicos, a medicina tende a se beneficiar significativamente, oferecendo novas possibilidades de tratamento e prognósticos mais precisos para os pacientes.