Canadá vê o primeiro homem acusado de terrorismo de gênero condenado à prisão perpétua por ataque em Toronto.

O primeiro homem acusado de terrorismo por um ataque com motivação de gênero foi sentenciado à prisão perpétua no Canadá. O crime ocorreu em Toronto, em 2020, quando o indivíduo, cuja identidade não foi revelada – uma vez que tinha apenas 17 anos na época dos crimes – assassinou uma mulher e causou danos a outra.

De acordo com as autoridades, no momento de sua prisão, a polícia encontrou um bilhete manuscrito em um de seus bolsos que fazia um chamado à rebelião dos “incels”, um movimento masculinista que promove o ódio às mulheres através das redes. O acusado, que hoje tem 21 anos, atacou duas mulheres com uma espécie de espada curta em um salão de massagens, matando a recepcionista Ashley Arzaga e ferindo gravemente outra funcionária, que tentou desarmá-lo.

O juiz Suhail Akhtar, do tribunal superior de Ontário, estimou que o acusado “estava motivado pela ideologia ‘incel’ e tinha a intenção de enviar para a sociedade uma mensagem na qual os ‘incels’ estariam felizes a matar e a cometer atos de violência”. Vale ressaltar que esse é o primeiro caso em que as autoridades consideram a violência de gênero como terrorismo, o que agravaria a pena de um delinquente.

No entanto, este não é o primeiro caso envolvendo membros do movimento “incel” no Canadá. Em 2018, Alek Minassian, que também disse pertencer a esse movimento, matou dez pessoas e feriu outras 14 em um ataque com um caminhonete em Toronto. Ele foi condenado à prisão perpétua no ano passado, mas não foi acusado de terrorismo.

A corte condenou o acusado a passar o resto de sua vida na cadeia, sem possibilidade de liberdade condicional antes de dez anos. O caso, inédito no país e possivelmente no mundo, despertou discussões sobre a importância de considerar a violência de gênero como terrorismo e intensificar as ações de prevenção e combate a essas práticas. A sentença é um marco na jurisprudência canadense e pode servir de exemplo para outros sistemas judiciais ao redor do mundo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo