Segundo Mancuso, Uribe teria participado de uma reunião em 1998 para planejar o assassinato do líder comunitário Jesús María Valle. Além disso, ele também afirmou que o ex-presidente tinha conhecimento antecipado da operação em El Aro.
Essas acusações têm trazido à tona um novo capítulo na contenda política na Colômbia, onde Uribe é uma figura extremamente influente. Durante sua coletiva de imprensa, o ex-presidente negou veementemente as acusações, afirmando que jamais se reuniu com paramilitares. Ele diz que o único encontro que teve foi com Mancuso, e que foi apenas um cumprimento.
A defesa de Uribe entregou à Promotoria um documento que aponta contradições entre a versão mais recente de Mancuso e seus depoimentos passados, além de várias cartas em que Uribe pediu a investigação de paramilitares durante o período em que foi governador.
A situação ganha ainda mais complexidade pela existência de um tribunal surgido nos acordos de paz com as Farc, que também julga crimes relacionados ao conflito na Colômbia. A Jurisdição Especial para a Paz (JEP) ouviu o depoimento de Mancuso e aguarda as revelações sobre quem patrocinou os paramilitares.
Enquanto isso, o ex-presidente conservador se defende das acusações, rejeitando veemente a possibilidade de qualquer envolvimento com os paramilitares. Ele qualifica as declarações de Mancuso como “infâmias” e acusa o ex-líder paramilitar de ser “um bandido”.
A luta contra a insurgência na Colômbia foi marcada por violência e terror por parte dos paramilitares, que executaram massacres e perseguiram quem tinham vínculos com organizações de esquerda. E neste novo capítulo da polêmica política colombiana, a verdade sobre o envolvimento de Álvaro Uribe com os paramilitares ainda está por ser revelada.