Pesquisa aponta falta de confiança no poder do Hamas e ocupação em Gaza: dois terços da população não confiam.

, 2023

Os moradores da Faixa de Gaza sentem-se presos entre a “ocupação” de Israel e a “ditadura” dos movimentos palestinos, conforme recente estudo realizado pela cientista política Amaney Jamal, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

De acordo com a pesquisa, dois terços da população de Gaza, submetida ao bloqueio israelense desde 2007, não confiam no poder islamista “corrupto” e “autoritário” do Hamas. Segundo Jamal, essa situação deixa o palestino médio acostumado com a ocupação da única potência (Israel) vivendo agora sob ocupação dos dois poderes.

O estudo intitulado “What Palestinians Really Think of Hamas” foi realizado nos Territórios Palestinos entre o final de setembro e 6 de outubro, com uma amostra de 790 pessoas na Cisjordânia e 399 na Faixa de Gaza. Os resultados surpreenderam os especialistas, especialmente a falta de confiança no Hamas, que era de 67% antes dos ataques de 7 de outubro.

Os moradores de Gaza manifestaram preocupação não apenas com a ocupação israelense, mas também com o regime do Hamas e com a Autoridade Palestiniana. Cerca de 60% dos entrevistados afirmaram não poder expressar livremente sua opinião e 72% afirmaram que não podiam manifestar-se pacificamente por medo de represálias.

O bloqueio econômico imposto por Israel desde 2007 também foi objeto de estudo. Embora se esperasse que a maioria dos entrevistados culpassem Israel pelo bloqueio, a pesquisa revelou que a maioria citou a corrupção do Hamas como o principal problema econômico enfrentado na região.

Além disso, o estudo mostrou que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, eleito pela última vez em 2005, tem apenas “9%” de opiniões favoráveis. A maioria deles é contra o autoritarismo do Hamas, o que mostra a insatisfação generalizada com o governo na região.

Os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de se buscar uma solução negociada com Israel, com a maioria dos entrevistados defendendo a solução de dois Estados e uma reconciliação pacífica com base nas fronteiras de 1967.

A pesquisa enfatiza a necessidade e urgência de uma mudança na situação atual em Gaza, com a esperança de que um processo de paz e estabilidade possa ser alcançado a longo prazo.

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