Raph Koster prevê menos inovações e aumento de custos no mercado de jogos eletrônicos para os próximos anos.

O futuro do mercado de jogos eletrônicos foi tema de um recente pronunciamento do renomado executivo Raph Koster, que acumula extensa experiência no ramo de MMOs (Massive Multiplayer Online) e já exerceu cargos importantes na indústria, como designer-chefe de Ultima Online e chefe de EverQuest 2.

Segundo Koster, após realizar uma minuciosa pesquisa sobre os custos de desenvolvimento de games e análise de dados globais sobre o assunto, ele constatou que nos próximos anos devem ocorrer menos inovações no setor, contudo os custos de produção devem aumentar significativamente.

Os orçamentos para desenvolvimento de jogos, de acordo com Koster, vêm crescendo exponencialmente em 10 vezes por década. Esse investimento elevado, no entanto, tem inibido a criatividade de parte dos desenvolvedores, que evitam arriscar grandes quantias em ideias novas, temendo o fracasso em vendas caso um título não tenha uma marca reconhecida.

A Autoridade de Competição e Mercado do Reino Unido (CMA) revelou que a produção de jogos de primeira linha, chamados de Triple A, tem aumentado assustadoramente, com cifras que atingem até US$ 1 bilhão, sendo parte desse valor relacionado a custos de marketing e distribuição do game.

Por conta desse cenário, Koster ressalta que as grandes desenvolvedoras de jogos eletrônicos têm preferido investir em títulos que se baseiam em conceitos já testados e aprovados pelos jogadores, ou até mesmo “copiar” novidades apresentadas em games independentes de sucesso.

Jogos de cassino online têm ganhado bastante popularidade no Brasil, especialmente devido ao alto custo dos consoles de nova geração, Xbox Series S/X e PlayStation 5, e a indústria de jogos no país tem acompanhado esse movimento de perto.

Para Koster, os jogos de serviço devem dominar o nicho dos games no futuro devido a sua maior rentabilidade para as desenvolvedoras. Entretanto, ele destaca que esse tipo de modelo pode não comportar os jogos focados em narrativa, que, na visão do executivo, estão em desvantagem no mercado.

A visão de Koster encontra eco também em Jade Raymond, que esteve envolvida no desenvolvimento da franquia de sucesso da Ubisoft, Assassin’s Creed, e que concorda que as grandes inovações no mercado dos jogos eletrônicos não devem ocorrer no futuro próximo.

Segundo Raymond, muitos dos jogos populares daqui a uma década já estão em fase de desenvolvimento atualmente, e as pessoas costumam superestimar a velocidade das mudanças na indústria dos jogos eletrônicos.

Ambos os especialistas apontam que a indústria dos jogos eletrônicos pode ser afetada por fatores econômicos e ambientais, como o aumento dos custos de energia, que podem impactar a oferta de games.

Diante desse cenário, o futuro do mercado de jogos eletrônicos parece se pautar por menos inovações e uma maior concentração de investimentos em títulos que comprovadamente agradam o público, mudando a dinâmica criativa do setor.

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