Relatório da ONU aponta aumento da violência de gangues em áreas rurais do Haiti, antes consideradas seguras, e pede missão de segurança multinacional.

A violência de grupos criminosos que está afetando Porto Príncipe está se espalhando para fora da capital do Haiti e atingindo áreas rurais que antes eram consideradas seguras. É o que afirma um relatório divulgado nesta terça-feira (28) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) e da Missão Integrada da ONU no Haiti.

O relatório foca na região de Bas-Artibonite (centro), a cerca de 100 quilômetros da capital, que tem vivido um aumento significativo da violência de gangues nos últimos dois anos. De janeiro de 2022 a outubro de 2023, pelo menos 1.694 pessoas foram mortas, feridas ou sequestradas nessa área, de acordo com o relatório.

Os sequestros para pedir resgate criaram um medo constante para os usuários do transporte público. De acordo com o relatório, os grupos criminosos saquearam vilarejos rivais, recorrendo especialmente à violência sexual contra mulheres e menores. Os abusos também incluem a destruição de propriedades, contribuindo para o deslocamento de mais de 22 mil pessoas de suas vilas.

Em um contexto de aumento impressionante da violência das gangues, o relatório pede o envio urgente da missão de segurança multinacional liderada por Quênia e validada pelo Conselho de Segurança em outubro. A situação é catastrófica no Haiti, enfatizou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, citado em um comunicado de sua instituição, destacando que a violência afeta especialmente os hospitais.

Segundo Türk, pelo menos 3.960 pessoas morreram, 1.432 feridas e 2.951 foram sequestradas este ano no Haiti em ações de grupos criminosos. A situação preocupa as autoridades locais, que pedem apoio internacional para conter a violência e restabelecer a segurança no país.

Essa onda de violência representa um retrocesso para o Haiti, que já enfrenta desafios econômicos e sociais consideráveis. A comunidade internacional precisa estar atenta e oferecer apoio ao país, buscando soluções concretas para frear a escalada da violência e proteger a população haitiana.

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