Senadora lamenta assassinato de mãe e filhas e questiona sistema de justiça após histórico violento do criminoso.

A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) utilizou seu tempo em pronunciamento, nesta terça-feira (28), para lamentar o trágico assassinato de uma mãe e suas três filhas na cidade de Sorriso, no estado do Mato Grosso. Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas filhas Miliane, de 19 anos; Manuela, de 13 anos; e Melissa, de 10 anos, foram encontradas mortas dentro de sua própria residência na segunda-feira (27). O autor do crime, que trabalhava como pedreiro em uma obra próxima à casa das vítimas, foi o responsável por tirar a vida de quatro mulheres.

Durante seu discurso, a senadora fez questão de questionar as autoridades sobre como um indivíduo com o histórico criminal do acusado estava em liberdade. Ela destacou que o criminoso já possuía mandados de prisão em aberto, incluindo um por estupro e tentativa de assassinato a facadas de uma mulher dormindo em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, bem como um caso de roubo e assassinato em Mineiros, Goiás. “Como é que um monstro desses estava solto? Como é possível? Quem está falhando?”, questionou a senadora.

Buzetti ainda enfatizou a crueldade do crime e defendeu a necessidade de mudanças na mentalidade e na educação da população. Além disso, ela falou sobre a importância de leis mais rígidas para punir a violência contra a mulher e citou o projeto de sua autoria, o PL 4.266/2023, aprovado recentemente no Senado. Este projeto propõe tornar mais rigorosa a punição à violência contra a mulher, conhecido como pacote antifeminicídio.

No projeto defendido pela senadora, a pena para casos de feminicídio seria elevada para um mínimo de 20 anos e um máximo de 40 anos, posicionando-se como a mais rigorosa do Brasil. No entanto, ela fez um alerta, afirmando que apenas a aprovação de leis mais duras não é suficiente se o Judiciário não aplicar as penas com rigor. “Não basta a gente aprovar leis duras e o Judiciário amolecer a pena. Não basta a polícia prender, se a Justiça irá soltar”, ressaltou Margareth Buzetti.

A senadora finalizou seu discurso destacando que o projeto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, mas reforçou a posição de que a mudança deste cenário vai além da aprovação de leis. Ela defendeu uma atuação mais eficiente da Justiça e um comprometimento real com a aplicação das penas, a fim de garantir a segurança das mulheres no país.

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