Embora o resultado seja inferior ao registrado no ano anterior, os números ainda superaram as expectativas de analistas do mercado financeiro. A pesquisa Prisma Fiscal, do Ministério da Fazenda, indicou que a previsão era de um superávit de R$ 17 bilhões para o mês de outubro.
Entretanto, apesar de o resultado ter sido melhor do que o esperado, o Governo Central acumula um déficit primário de R$ 75,09 bilhões ao longo do ano. Esse é o terceiro maior déficit acumulado, perdendo apenas para os dez primeiros meses de 2020 e 2017.
As receitas apresentaram um crescimento de 5,5% em valores nominais, porém, as despesas aumentaram em um volume maior, principalmente devido aos gastos com o Bolsa Família e a Previdência Social. No que diz respeito aos investimentos, o governo federal destinou R$ 51,01 bilhões nos dez primeiros meses do ano, representando um aumento de 53,9% em comparação com o mesmo período de 2022.
Por outro lado, a queda nas receitas de royalties e as despesas com programas sociais e previdência influenciaram negativamente o saldo primário. As receitas de royalties sofreram uma redução de R$ 3,31 bilhões, enquanto os gastos com programas sociais subiram R$ 6,8 bilhões acima da inflação em relação ao ano anterior.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote para aumentar a arrecadação e revisar gastos a fim de melhorar as contas públicas e diminuir o déficit. A meta estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023 é de um déficit primário de R$ 231,5 bilhões. No entanto, a previsão oficial de déficit primário está em R$ 177,4 bilhões, podendo chegar a R$ 203,4 bilhões, segundo a metodologia do Banco Central. A intenção é reduzir o déficit para cerca de R$ 100 bilhões até o final do ano.