O diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, destacou que essa queda significativa no desmatamento é uma reversão de tendência, especialmente após anos de aumento do desflorestamento durante o governo Bolsonaro. Guedes Pinto ressaltou que estados antes considerados líderes no desmatamento, como Paraná e Santa Catarina, também apresentaram quedas expressivas de cerca de 60%. Ele atribuiu essa mudança a um fortalecimento da política ambiental, aumento da fiscalização, aplicação de embargos e limitação do acesso a crédito para produtores que desmataram.
No entanto, apesar do cenário positivo no âmbito geral da Mata Atlântica, os dados revelam um aumento nas derrubadas nos encraves do Cerrado e da Caatinga, que correspondem a cerca de 5% do total de Mata Atlântica no país. Guedes Pinto alertou para a importância de uma ação contundente do poder público nessas regiões de transição, destacando que qualquer desmatamento na Mata Atlântica é prejudicial.
Para combater o desmatamento nos encraves, Guedes Pinto enfatizou a necessidade de aplicação rigorosa da Lei da Mata Atlântica pelos órgãos ambientais locais. Ele ressaltou que existe uma disputa jurídica sobre a abrangência da lei nessas áreas, mas afirmou que a legislação é clara em relação à proteção de todas as formações florestais dentro dos encraves. O diretor executivo da Fundação SOS Mata Atlântica também mencionou a necessidade de uma ação mais efetiva por parte dos órgãos ambientais estaduais e municipais na aplicação da lei.
Apesar das conquistas na redução do desmatamento na Mata Atlântica, Guedes Pinto ressaltou que o objetivo é alcançar o zero desmatamento no bioma. O desafio agora é focar esforços para conter o avanço do desmatamento nos encraves, garantindo a proteção adequada das áreas de transição entre a Mata Atlântica e os biomas vizinhos.