Repórter Recife – PE – Brasil

Dívida Pública Federal volta a subir em outubro, mas continua abaixo do previsto para 2023, segundo números do Tesouro Nacional

A Dívida Pública Federal (DPF) teve um aumento de 1,58% em outubro, atingindo o montante de R$ 6,172 trilhões. Este acréscimo se deve ao baixo volume de vencimentos de títulos no período. Após a primeira vez em que ultrapassou a barreira de R$ 6 trilhões em abril, a DPF permanece abaixo do previsto para este ano, que varia entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões, de acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF) divulgado no início do ano.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) também teve um aumento de 1,6%, passando de R$ 5,834 trilhões em setembro para R$ 5,928 trilhões em outubro. Este acréscimo se deu pela emissão de R$ 46,12 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis vinculados à Taxa Selic, e pela apropriação de R$ 47,47 bilhões em juros.

Outro fator que contribuiu para o aumento da dívida foi a valorização do dólar em outubro, que elevou a Dívida Pública Federal externa (DPFe) em 1,05%, passando de R$ 241,78 bilhões para R$ 244,32 bilhões no período.

Além disso, o colchão da dívida pública aumentou pelo segundo mês consecutivo, passando de R$ 810,31 bilhões para R$ 815,6 bilhões, cobrindo 8,7 meses de vencimentos da dívida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,284 trilhão em títulos federais.

A composição da DPF também sofreu alterações. A emissão de títulos vinculados à Selic elevou a proporção desses papéis para 39,19%, enquanto a fatia de títulos prefixados caiu para 25,98%. A fatia de títulos corrigidos pela inflação também diminuiu, passando para 30,65%, e a parcela da dívida pública vinculada ao câmbio está dentro dos limites estabelecidos pelo PAF para o fim de 2023, entre 3% e 7%.

O prazo médio da DPF reduziu de 4,14 para 4,09 anos, indicando uma diminuição na confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar os compromissos. As instituições financeiras seguem como principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 28,3% de participação no estoque, seguidas pelos fundos de investimento e fundos de pensão.

Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos financeiros e se compromete a devolver os recursos depois de alguns anos, com alguma correção. Com a diminuição da turbulência no mercado financeiro e a perspectiva de queda da Taxa Selic, a composição da DPF reflete as mudanças nas condições econômicas e a estratégia do Tesouro Nacional.

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