De acordo com o relatório judicial datado de 24 de novembro, Fedorov foi abordado pela polícia enquanto escrevia a frase com o dedo na neve do Parque Gorki. Os agentes propuseram que ele fosse levado ao Ministério do Interior, mas, diante de sua recusa, anunciaram que ele havia violado a lei e o detiveram. Fedorov negou ter resistido à prisão, mas admitiu ter escrito a frase, o que resultou em sua condenação a dez dias de prisão administrativa.
A repressão de vozes críticas na Rússia tem se intensificado desde o início da invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022. A grande maioria dos opositores das políticas do presidente Vladimir Putin está presa ou no exílio. Milhares de cidadãos russos também foram julgados e condenados por manifestarem publicamente sua oposição à agressão militar na Ucrânia.
Segundo a ONG russa OVD-Info, especializada em direitos humanos, cerca de 20.000 pessoas foram detidas em pouco menos de dois anos por se oporem à escalada bélica. E nesta semana, estão previstas mais de 100 julgamentos com conotações políticas nos tribunais judiciais.
Essas medidas repressivas levantam sérias preocupações sobre os direitos humanos na Rússia e as liberdades civis dos cidadãos do país. A condenação de Fedorov por escrever uma simples mensagem de paz na neve revela a natureza autoritária de um regime que não tolera qualquer tipo de dissidência. A comunidade internacional deve monitorar de perto a situação na Rússia e pressionar o governo de Putin a respeitar os direitos fundamentais de seu povo.
A atuação da polícia diante desse caso e o aumento da repressão na Rússia colocam em xeque o compromisso do país com as normas internacionais de direitos humanos. Essas ações geram preocupações sobre a escalada do autoritarismo no país e demandam uma resposta firme da comunidade internacional. A liberdade de expressão e a oposição pacífica à guerra devem ser protegidas em qualquer sociedade democrática.
