Aprovação para tornar feriado nacional o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, representa reconhecimento da luta do povo negro.

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (29) o projeto que torna feriado nacional o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. Com a aprovação do projeto, a data será chamada de Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A relatora do projeto, Reginete Bispo (PT-RS), enfatizou a importância desse reconhecimento da luta do povo negro contra a escravidão.

Atualmente, a data é considerada feriado apenas em seis estados brasileiros – Mato Grosso, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Amapá e São Paulo – e em mais de 1.000 cidades por meio de leis municipais e estaduais. Reginete ressaltou que a relevância desse feriado nacional está em reverenciar Zumbi dos Palmares e a consciência negra, simbolizando a luta da população negra desde o Brasil colônia.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também compartilhou sua opinião sobre a aprovação do projeto, enfatizando que é uma vitória expressiva e simbólica para o povo brasileiro. Ela destacou que as datas comemorativas e feriados nacionais guardam e revelam valores importantes para a Nação, e ter o Dia da Consciência Negra como uma data de luta dos movimentos negros, tendo sua vitória reconhecida, é de grande valor para a construção da memória do país.

A data de 20 de novembro faz referência à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, que resistiu e lutou contra a escravidão. Edson Cardoso, jornalista, professor e militante do Movimento Negro desde a década de 1970, comentou que o projeto representa o reconhecimento de uma luta coletiva e de um episódio histórico muito importante para a identidade nacional.

A atriz e militante do movimento negro Vera Lopes celebrou a aprovação do projeto como um reconhecimento da luta pelo reconhecimento das pesquisas do escritor, poeta e ativista em defesa das questões raciais Oliveira Silveira, idealizador do Dia da Consciência Negra.

Por outro lado, a relatora Reginete Bispo ressaltou que a aprovação do projeto enfrentou resistência na Câmara dos Deputados, refletindo a necessidade de lutar ainda mais contra o racismo e pela valorização da contribuição do povo negro para o país. A aprovação do projeto representa uma conquista importante para o movimento negro e para a construção de uma memória que valorize a luta contra todas as formas de opressão contemporânea. A criação da bancada negra na Câmara dos Deputados também é resultado da luta travada pelos parlamentares negros há mais de 30 anos, resultando em uma unidade na Câmara para aprovar pautas importantes. Essa aprovação é um marco na consolidação da democracia e na valorização da contribuição do povo negro para o Brasil.

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