Gover-nador do Acre é denunciado por corrupção e pede afastamento imediato pelo Ministério Público Federal, que aponta desvio de R$ 150 milhões.

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção e teve pedido de afastamento imediato do cargo solicitado. Além de Cameli, outras 12 pessoas também foram denunciadas por diversos crimes, como corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação, podendo enfrentar penas de até 40 anos de prisão.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), um esquema criminoso que teria desviado cerca de R$ 11,7 milhões dos cofres públicos estaduais foi descoberto. O caso é fruto da Operação Ptolomeu, conduzida pela Polícia Federal. A denúncia aponta que Cameli teria participação no desvio de verbas de um contrato no valor de R$ 18 milhões para realização de obras viárias e de edificação.

Além do governador, sua mulher, dois irmãos e vários servidores públicos, empresários e outras pessoas também foram denunciados. Segundo a acusação, Cameli teria recebido R$ 6,1 milhões em propina, por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em São Paulo e de um carro de luxo.

A PGR informou que foram identificados oito contratos com ilegalidades, causando prejuízos estimados aos cofres públicos de quase R$ 150 milhões. O advogado de Cameli, Pedro Ivo Velloso, contestou o pedido de afastamento, chamando-o de “arbitrário e absurdo”, além de alegar que o mesmo já havia sido indeferido pelo Superior Tribunal de Justiça.

A defesa do governador afirmou que o pedido de afastamento é ilegal e que a investigação foi realizada de forma irregular, quebrando o sigilo de uma criança de sete anos de idade, filho de Cameli. Alegaram ainda que as obras foram executadas e entregues à população do Acre, que reelegeu Gladson Cameli no primeiro turno.

A denúncia aponta para sobrepreço em contratos, com prejuízos estimados aos cofres públicos e superfaturamento de serviços contratados pelo Acre. Segundo a PGR, o esquema teria trazido prejuízos à população acreana e os acusados teriam se locupletado das verbas desviadas.

O governador afirma confiar no Poder Judiciário e no Superior Tribunal de Justiça, e que fará sua defesa, tendo convicção de que o pedido de afastamento será indeferido.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo