Pesquisa do IBGE indica maior qualificação e salários mais altos no setor cultural, apesar da informalidade

Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o setor cultural no país tem uma maior proporção de empregos informais em comparação com o total de atividades econômicas, no entanto, é composto por trabalhadores mais qualificados e paga maiores salários. A pesquisa intitulada Sistema de Informações e Indicadores Culturais analisou empresas e ocupações ligadas ao ramo cultural, como teatro, cinema, casas de espetáculos, museus, editoras, empresas de design e de comunicação.

Segundo o estudo, em 2022, o setor cultural ocupava 5,4 milhões de pessoas no país, representando 5,6% do total de ocupados em todas as atividades econômicas. Em 2020, devido ao isolamento social e lockdowns, o número de ocupados no setor cultural caiu para 4,8 milhões. A pesquisa também identificou que 30,6% dos trabalhadores do setor cultural possuíam ensino superior completo, acima da média do total das atividades, que era de 22,6%.

Apesar de serem mais qualificados, os profissionais do setor cultural lidam com uma taxa de informalidade de 43,2%, acima da média da economia de 40,9%, e a grande maioria trabalha por conta própria, em uma taxa de 42,1%, comparada a 26,1% da economia como um todo.

Contudo, mesmo com a alta informalidade, a pesquisa identificou que os salários no setor cultural são maiores do que a média nacional. Em média, o rendimento dos trabalhadores relacionados à cultura era de R$ 2.815, enquanto no país o valor ficou em R$ 2.582. No entanto, a desigualdade salarial entre homens e mulheres também se reproduz no setor cultural, com uma diferença média de 23%.

Além disso, o estudo analisou o impacto dos gastos com atividades, produtos e serviços culturais no orçamento das famílias brasileiras. Os gastos com cultura representavam 9,1% da inflação em 2020, mas caíram para 8,4% no ano passado. Os gastos com cultura também subiram menos do que a inflação geral nos últimos dois anos.

No que diz respeito aos gastos públicos, o ano de 2022 foi o que mais teve investimentos em cultura, com um total de R$ 13,6 bilhões, o que representa um aumento de 73% em relação a 2012. Os governos estaduais e municipais tiveram aumentos expressivos nos gastos, enquanto os gastos federais reduziram.

Por fim, o levantamento também mapeou a desigualdade de acesso à cultura no país, identificando a presença de equipamentos culturais em diferentes regiões. O Norte é a região mais desfavorecida, com muitos municípios sem museus, teatros e cinemas próximos, enquanto o Sul é a região com melhor acesso aos equipamentos culturais.

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