Primeiro-ministro da Guiana pede cautela na divulgação de informações sobre disputa territorial com a Venezuela

O primeiro-ministro da Guiana, Mark Anthony Phillips, fez um apelo à população guianense para que evite compartilhar informações de origem duvidosa sobre a controversa disputa territorial com a Venezuela. A Venezuela reivindica a posse de quase dois terços do território guianense. Phillips alertou que mensagens provenientes de fontes não oficiais podem espalhar medo e ansiedade desnecessários e influenciar de modo negativo no referendo que a Venezuela irá realizar neste domingo para consultara a opinião da população a respeito do direito venezuelano à região conhecida como Essequiba.

Em uma declaração divulgada nesta sexta-feira (1), Phillips enfatizou a importância de consultar fontes oficiais para obter informações relacionadas às medidas de segurança nacional e segurança pública. Ele pediu que os cidadãos permaneçam calmos e informados através dos canais oficiais, assegurando que o governo guianense está trabalhando incansavelmente para garantir a segurança de todos os cidadãos e encorajou as pessoas a permanecerem calmas e racionais durante este período.

Na manhã desta sexta-feira, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou que a Venezuela se abstenha de realizar qualquer ação com o intuito de anexar parte do território guianense. A sentença do tribunal não diz respeito ao julgamento sobre a quem pertence a região de Essequibo, mas reconhece que atualmente é a Guiana que administra e exerce controle sobre a área, de forma que a Venezuela deve abster-se de tomar qualquer ação que possa modificar essa situação até a decisão final sobre o mérito da questão.

O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, que está em Dubai participando da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28), celebrou a manifestação da Corte Internacional, que foi motivada por um pedido da Guiana. Enquanto isso, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, defendeu a realização do referendo através de sua conta no X (antigo Twitter), afirmando que as venezuelanas e venezuelanos irão defender a Essequibo através da participação protagônica e democrática, e que não deixarão que ninguém tire o que lhes pertence.

A disputa de séculos entre Guiana e Venezuela continua a desempenhar um papel significativo nas relações diplomáticas e na segurança regional. A ordem da CIJ é vista como um avanço para a Guiana, mas a expectativa é de que a tensão entre os dois países possa aumentar nos próximos dias até que a situação seja completamente resolvida. A questão é delicada e exige uma abordagem cuidadosa e diplomática para se alcançar uma solução pacífica e duradoura.

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