A história do samba remonta aos batuques africanos, que foram incorporados às rodas de samba como as conhecemos hoje. Um marco importante nesse processo é a casa da famosa baiana Tia Ciata ou Hilária Batista de Almeida, que reunia sambistas e políticos em seu quintal, após as festas para os orixás. Nesse ambiente, nasceu o primeiro samba a ser gravado, “Pelo Telefone”, do compositor Donga.
O ritmo do samba, inicialmente mais próximo do maxixe, evoluiu nos anos 1920 com a criação da escola de samba Deixa Falar, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Embora a escola nunca tenha desfilado, seu grupo formado por figuras como Mano Elói, Ismael Silva e Bide, produziu sambas de sucesso que atravessaram gerações e continuam populares até hoje.
A pesquisadora e jornalista Maíra de Deus Brito destaca em sua tese de doutorado a relação do samba com a espiritualidade e as mulheres de axé, ressaltando que o samba nasceu dentro dos terreiros, ganhando outras nuances ao chegar ao Rio de Janeiro.
Apesar da importância das mulheres na história do samba, elas ainda buscam reconhecimento e espaço mais democrático. Em 2018, surgiu o primeiro Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba, um marco na luta por igualdade nesse universo musical.
A influência do samba se estende por todo o país, sendo influenciado por ritmos e valores culturais locais em cada região. Em 2007, o Instituto Histórico e Artístico Nacional reconheceu três gêneros do samba carioca como patrimônio cultural: rodas que cantam partido-alto, samba de terreiro e samba enredo.
Para marcar esse dia especial, o programa Caminhos da Reportagem da TV Brasil vai apresentar uma reportagem sobre o samba, destacando suas características intrínsecas, sua evolução e importância cultural. A transmissão está marcada para este domingo (3), às 22h. O samba, mesmo diante da profissionalização e do sucesso comercial do Carnaval, mantém seu espaço e relevância, representando uma tradição viva e pulsante na cultura brasileira.
