Reino Unido anuncia nova doação de 35 milhões de libras para o Fundo Amazônia durante COP28 em Dubai.

O Reino Unido surpreendeu ao anunciar, nesta sexta-feira (2), a doação de 35 milhões de libras (equivalente a cerca de R$ 215 milhões) adicionais para o Fundo Amazônia. A novidade foi trazida pela ministra de Segurança Energética do Reino Unido, Claire Coutinho, durante sua participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Essa contribuição se soma ao aporte de 80 milhões de libras (aproximadamente R$ 500 milhões) anunciado em maio pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak. O contrato para a transferência desse primeiro montante foi assinado neste sábado (2), durante a COP23.

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A transferência do recurso foi oficializada durante a assinatura do contrato com o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. A gestão do Fundo Amazônia é de responsabilidade do banco público de fomento, que conta com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no momento da assinatura.

Desde sua criação em 2008, o Fundo Amazônia tem sido considerado a principal iniciativa internacional para redução das emissões de gases do efeito estufa e de preservação da floresta. Países como Noruega, Alemanha, EUA, Suíça e agora o Reino Unido, são importantes doadores do fundo.

Ao longo dos anos, o Fundo Amazônia já recebeu um total de R$ 3,4 bilhões e financiou mais de 102 projetos de preservação da floresta e promoção de atividades sustentáveis na Amazônia, com um investimento total de R$ 1,75 bilhão.

No entanto, a existência dos comitês responsáveis pela gestão dos recursos do Fundo Amazônia foi extinta durante o governo de Jair Bolsonaro, em 2019, pelo então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Essa ação inviabilizou o financiamento de projetos e a continuidade das doações.

A supressão desses comitês, que era uma condição contratual dos doadores para evitar que o dinheiro fosse utilizado para outros fins, fez com que o Brasil deixasse de investir aproximadamente R$ 3 bilhões em ações ambientais entre 2019 e 2022. Esse valor ficou retido no fundo após a dissolução dos comitês orientadores, prejudicando os projetos de preservação.

A situação só foi revertida em outubro de 2022, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a União tomasse as medidas necessárias para reativar o Fundo Amazônia. Com a reativação dos comitês em janeiro de 2023, por decreto do presidente Lula, foi possível retomar as atividades e permitir os novos aportes de recursos. Este cenário representa uma excelente notícia para a proteção e preservação da Amazônia.

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