Risco de conflito armado entre Venezuela e Guiana cresce com referendo sobre redefinição de fronteira, apontam especialistas

A tensão na América do Sul continua aumentando à medida que a Venezuela se prepara para realizar um referendo sobre a redefinição da fronteira com a vizinha Guiana, marcado para este domingo (3). A possibilidade de um conflito armado entre os dois países tem gerado especulações, levando especialistas a analisarem a situação.

O professor de Relações Internacionais da Uerj, Williams Gonçalves, acredita que existe a possibilidade de guerra entre os países e que isso pode envolver grandes potências estrangeiras. Ele argumenta que a disputa não se limita apenas ao território, mas também se estende ao mar de petróleo encontrado na região, o que poderia levar à internacionalização do conflito.

Enquanto isso, a Guiana, um país tradicionalmente pobre, passou por um boom econômico nos últimos anos, devido à descoberta de reservas significativas de petróleo e gás natural. Essa mudança econômica na Guiana tem gerado desconfiança por parte da Venezuela, alimentando um discurso de que o país se tornou uma base para a interferência dos Estados Unidos na região.

Apesar das tensões crescentes, a professora Mariana Kalil, da Escola Superior de Guerra, acredita que a probabilidade de uma guerra é improvável. Ela argumenta que a postura atual da Venezuela em relação à Guiana atende principalmente a interesses políticos internos, devido à estratégia do presidente Nicolás Maduro de atrair apoio popular ao governo. No entanto, ela alerta que, embora seja improvável, o presidente Maduro é um ator imprevisível, o que poderia resultar em uma ofensiva militar em um ato de desespero.

Com o Brasil desempenhando um papel crucial na mediação da crise, tanto Mariana Kalil quanto William Gonçalves concordam que o país tem a capacidade de transitar entre a Venezuela e a Guiana e encontrar soluções para a situação. O Brasil, historicamente reconhecido como mediador de conflitos na região, vê a paz como o melhor caminho e tem o potencial de atuar de forma diplomática. As autoridades brasileiras têm acompanhado de perto a situação e intensificado as ações na fronteira com a Venezuela.

Nesse contexto, a comunidade internacional tem um papel fundamental na prevenção de um conflito armado e na busca por uma solução pacífica para a controvérsia entre a Venezuela e a Guiana. A incerteza sobre o desenrolar desse conflito aumenta, enquanto os observadores internacionais aguardam os desdobramentos do referendo e buscam formas de evitar um agravamento da situação.

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