Cúpula Social Mercosul reúne representantes da sociedade civil para discutir integração e desenvolvimento na América do Sul.

A cidade do Rio de Janeiro sediará nos próximos dias a Cúpula de Líderes do Mercosul, que contará com a participação de altas autoridades e chefes de Estado em discussões sobre iniciativas para a integração e desenvolvimento da região. Antes mesmo de os líderes dos países membros e associados assumirem o protagonismo nos dias 6 e 7 de dezembro, os olhos do mundo estarão voltados para representantes da sociedade civil, que participarão da Cúpula Social no início da semana, nos dias 4 e 5.

A realização da Cúpula Social, em formato presencial, marca a retomada do evento, que estava suspenso desde 2016. Esta retomada é fruto de um compromisso assumido pelo Brasil, que assumiu a presidência rotativa do Mercosul em julho de 2023. O encontro contará com a presença de cerca de 300 representantes de organizações e movimentos da sociedade civil, além de autoridades dos países membros e associados do bloco econômico.

A Cúpula Social terá diversas abordagens, com mesas temáticas discutindo o papel da participação social para a democracia, desafios comuns, integração entre os povos e assuntos como enfrentamento à fome e à pobreza, cidadania e direitos humanos, desenvolvimento e meio ambiente e fortalecimento da participação social. Este evento contará com a participação de diversos representantes da sociedade civil, incluindo o secretário adjunto de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo.

Além disso, a programação cultural incluirá uma exposição sobre o ritmo funk, como forma de expressão e liberdade, e uma roda de samba. A realização da Cúpula Social dias antes do encontro de autoridades é semelhante ao que ocorreu em Belém, em que os Diálogos Amazônicos antecederam a Cúpula da Amazônia.

Os encontros da Cúpula Social serão transmitidos ao vivo pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), e os resultados das discussões serão encaminhados aos líderes dos países do bloco econômico no dia 7 deste mês. Este é um importante passo para fortalecer a integração entre os povos por meio da participação social, levando em consideração a importância da participação popular nos processos decisórios.

A retomada da Cúpula Social após tantos anos é vista como uma iniciativa muito importante por representar a oportunidade de aperfeiçoamento da participação social. Esta é uma oportunidade para que outras organizações da sociedade possam contribuir na perspectiva de ter justiça social e aperfeiçoar as ferramentas de participação nas decisões futuras do Mercosul.

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um processo de integração regional que teve início em 1991 e é formado inicialmente pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Nas décadas seguintes, a Venezuela se juntou ao bloco, porém, desde 2017, está suspensa devido ao não cumprimento de cláusulas democráticas. A Bolívia, outro país associado, ainda não concluiu o processo de ingresso, embora já tenha a chancela dos parlamentos dos demais países. O bloco abrange uma área de 14.869.775 quilômetros quadrados e uma população de 295 milhões, sendo mais de 200 milhões de brasileiros.

Segundo a secretária executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio, o debate sobre as desigualdades raciais não é restrito apenas ao Brasil, mas é um problema presente em diversos países da região. “O Brasil tem contribuído com um debate sobre quais são as políticas que precisam ser desenvolvidas para enfrentamento desse problema. Temos população afrodescendente também na Argentina, no Uruguai, no Paraguai, e os países têm se demonstrado muito interessados em promover políticas que caminhem na direção do enfrentamento do racismo e da promoção da igualdade racial nos seus territórios”. A Cúpula Social do Mercosul traz uma mensagem importante de fortalecimento da integração entre os povos por meio da participação social.

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