Em sua visita ao Oriente Médio nos últimos dias, e em preparação para uma série de compromissos bilaterais na Alemanha, Lula concedeu uma entrevista aos jornalistas antes de deixar Dubai, nos Emirados Árabes. Durante a entrevista, ele reforçou sua posição em relação ao acordo entre Mercosul e UE, enfatizando que o Brasil e outros países da América do Sul não aceitarão um acordo que cause prejuízos.
O presidente também destacou a importância de serem tratados com respeito, como países independentes, que têm produtos para vender e que têm o direito de estabelecer preços justos. Ele ressaltou que os países ricos não parecem dispostos a fazer concessões e que é necessário haver equilíbrio na negociação.
Em relação à França, Lula afirmou que o país é protecionista em relação a seus interesses agrícolas, o que é um dos pontos de discordância entre os países envolvidos na negociação. O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou sua desaprovação ao acordo Mercosul-UE, caracterizando-o como “incoerente” e “mal remendado”, enfatizando que não leva em consideração a biodiversidade e o clima.
Apesar dos obstáculos, o acordo foi aprovado em 2019 após 20 anos de negociações, mas ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. O acordo envolve 31 países e aborda questões tarifárias e regulatórias, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias, fitossanitárias e propriedade intelectual.
Lula finalizou a entrevista afirmando que, caso não haja acordo, a culpa ficará evidente, mas que não será aceito um acordo que traga prejuízos. O presidente mostrou-se firme em suas declarações, defendendo os interesses do Brasil e dos países sul-americanos na negociação com a União Europeia.
