Cúpula Social do Mercosul reúne 300 representantes da sociedade civil para discutir temas de integração regional e igualdade democrática.

Abertura da Cúpula Social do Mercosul reforça o compromisso com a democracia, a igualdade e o combate à discriminação

A abertura da Cúpula Social do Mercosul, realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, teve início nesta segunda-feira (4) com a defesa incisiva da democracia, a busca por igualdade e o combate ao preconceito e discriminações. Este foi o primeiro evento presencial desde o último encontro, há sete anos, e reuniu cerca de 300 representantes de países sul-americanos, além de autoridades, para discutir questões sociais.

Ao longo dos dois dias de duração, os participantes produzirão quatro relatórios que serão entregues aos líderes dos países-membros e associados do Mercosul, que se reunirão ainda esta semana. O conteúdo desses relatórios fornecerá um panorama abrangente das discussões e preocupações apresentadas pela sociedade civil.

A ministra substituta da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Coelho, ressaltou a importância da participação social nas discussões, comparando a Cúpula Social à realizada em Belém, em agosto, chamada de Diálogos Amazônicos. Ela destacou que o evento tem como objetivo discutir o fortalecimento do Mercosul a partir da consolidação da democracia e dos instrumentos e espaços de participação social.

Segundo Maria Fernanda, o governo tem a responsabilidade de ampliar os espaços de participação no processo de integração regional. Ela enfatizou que esse processo só se fortalecerá por meio da participação social e do aprofundamento das discussões sobre os desafios comuns enfrentados pela região.

Uma das militantes da Articulação Feminista Marcosur, Verônica Ferreira, destacou que a retomada da Cúpula Social após sete anos deve ser acompanhada de avanços, colocando a democracia no centro das discussões. Ela também destacou a necessidade de construção de uma agenda democrática diante dos crescentes riscos para a democracia na região.

A defensora da igualdade racial, Anielle Franco, considera que a promoção da igualdade racial é um tema econômico. Ela ressaltou que o desenvolvimento econômico almejado pelos países do bloco ocorrerá por meio do enfrentamento do racismo e xenofobia, que são as raízes da desigualdade e da exclusão social.

Por sua vez, a embaixadora paraguaia Helena Felip destacou a importância do diálogo entre governo e sociedade civil e a participação social como elemento fundamental de sociedades democráticas. Ela reforçou o caráter legítimo do direito à participação social e a necessidade de mecanismos efetivos que propiciem boas resoluções para a integração regional.

Além disso, a embaixadora Gisele Padovan, representando o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, classificou a retomada da Cúpula Social como um processo-chave, enfatizando a importância de ouvir a sociedade civil para guiar o processo do Mercosul do futuro.

O evento também teve a presença do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que convidou os participantes para o G20 Social, uma reunião do grupo das maiores economias do mundo que ocorrerá em novembro do ano que vem na capital fluminense.
Esse encontro, de acordo com Paes, seguirá moldes semelhantes ao da Cúpula Social, visando a qualificação da implementação das políticas públicas por meio do aumento do movimento social, debate e participação da sociedade civil.

Desta forma, a abertura da Cúpula Social do Mercosul ressaltou a importância da democracia, da igualdade e da participação social como pilares fundamentais para o fortalecimento e avanço do processo de integração regional. A retomada dos encontros após sete anos, em meio a um cenário de ameaças à democracia, reforçou a necessidade de debates e medidas efetivas para a construção de um bloco mais justo e inclusivo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo