O governo turco respondeu de maneira assertiva à promessa de Israel de caçar membros do Hamas “em todo o mundo”, inclusive na Turquia, alertando sobre “sérias consequências” caso isso ocorra em solo turco. Um oficial da inteligência turca, falando sob condição de anonimato, sinalizou um risco maior de desestabilização na região.
A declaração aconteceu em meio à expansão das operações do Exército de Israel no Sul da Faixa de Gaza após uma trégua de uma semana, apesar da crescente pressão internacional para proteger a população civil no enclave palestino.
Os oficiais turcos alertaram que movimentos unilaterais teriam repercussões nos laços bilaterais entre Turquia e Israel. A reação turca veio após gravações do chefe da Agência de Segurança de Israel virem à tona, revelando a determinação de matar líderes do grupo fundamentalista islâmico em todo o mundo, citando a Turquia nominalmente pela primeira vez desde o início do conflito.
Há três semanas, um porta-voz interino do Exército de Israel já havia declarado que seria “apenas uma questão de tempo” para membros do Hamas serem executados ou capturados “dentro e fora de Gaza”. A Turquia, que defende uma solução de dois Estados para o conflito de décadas, condena a campanha israelense em resposta aos ataques do Hamas.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdgogan, voltou a dizer que Netanyahu será julgado como “criminoso de guerra” devido à ofensiva no enclave palestino. Em diversas ocasiões, Erdogan chamou Israel de “Estado terrorista” e afirmou que o Hamas protege sua terra de maneira legítima.
Enquanto isso, os EUA compartilham o objetivo de desmantelar o Hamas, enfatizando a necessidade de zonas seguras para limitar as baixas de civis. Esta fase do conflito ganhou força após o fim, na sexta-feira, de um cessar-fogo de uma semana.
Os ataques no Sul do enclave palestino continuam, com Israel afirmando ter atacado cerca de 200 alvos durante a noite, incluindo depósitos de armas utilizados pelo Hamas.
O desenrolar desses acontecimentos traz incertezas e tensões para a região, com implicações geopolíticas e possíveis desdobramentos nas relações internacionais. O cenário também reforça as preocupações sobre a estabilidade no Oriente Médio e a segurança da população civil em áreas conflituosas.
