De acordo com o grupo “Net Zero Tracker”, cerca de 150 países se comprometeram a alcançar a neutralidade das emissões, o que cobre 88% de todos os gases de efeito estufa em todo o mundo. No entanto, surpreendentemente, apesar desses compromissos, apenas 13% desses países assumiram pelo menos um compromisso de eliminar gradualmente o uso, a produção ou a exploração de carvão, petróleo e gás.
O co-autor do relatório, Thomas Hale, da Universidade de Oxford, fez uma analogia que chama atenção para a importância de se eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, comparando o plano “zero líquido” sem ações práticas para a eliminação desses combustíveis a uma dieta da moda que permite comer tanta gordura quanto se quiser.
A análise do Net Zero Tracker também apontou que 95% dos países produtores de petróleo e gás não se comprometeram a eliminar gradativamente a exploração desses recursos. No entanto, no caso das empresas, 56% das empresas ativas na produção de carvão estão empenhadas, pelo menos parcialmente, em eliminar progressivamente este combustível com alta emissões.
O relatório também destaca exemplos positivos, como a Espanha, que incluiu planos legislativos para eliminar esses combustíveis, e a capital sueca, Estocolmo, que estabeleceu metas de redução de emissões, assim como o gigante energético dinamarquês Orsted, que se desvinculou dos combustíveis fósseis.
Em resumo, apesar do compromisso de muitos países e empresas em alcançar a neutralidade de carbono, é essencial que haja planos claros para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, que são a principal fonte de emissões dos gases de efeito estufa. Ainda há um longo caminho a percorrer para que as promessas se traduzam em ações efetivas que levem ao tão almejado objetivo de neutralidade de carbono.