Plebiscito na Venezuela aprova incorporação de Essequibo ao país, e Brasil defende solução pacífica para disputa territorial com Guiana.

O plebiscito realizado neste domingo (3) foi um duro golpe para a relação entre a Venezuela e a Guiana. A decisão, que resultou na incorporação oficial de Essequibo ao território venezuelano, foi motivo de tensões e preocupações para os países vizinhos. A realização do plebiscito gerou controvérsia e descontentamento por parte da comunidade internacional.

A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixadora Gisela Padovan, fez questão de frisar que o assunto é tratado como interno pela Venezuela, apesar de ter sido tema de discussão na Cúpula Social do Mercosul, no Rio de Janeiro. Ela ressaltou que a própria Corte Internacional de Justiça (CIJ) se posicionou contrária a medidas que visavam alterar a atual situação do território.

De acordo com os dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, cerca de 10,5 milhões de eleitores participaram do referendo, com quase 96% deles votando a favor da incorporação de Essequibo ao país. Este resultado representa um grande desafio para as relações entre a Venezuela, a Guiana e os países vizinhos.

A embaixadora Gisela Padovan declarou que o Brasil mantém um diálogo de alto nível com os dois países e espera que a solução para esse impasse seja alcançada de maneira pacífica. Apesar de a Venezuela estar suspensa do Mercosul, as negociações entre os países não foram prejudicadas.

A situação se torna ainda mais complexa ao envolver a União Europeia e a França, que manifestou publicamente sua oposição ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE. O presidente Emmanuel Macron criticou o acordo durante a COP28, chamando-o de “incoerente”, “mal remendado” e “antiquado”. O governo brasileiro, por sua vez, defende a preferência para as empresas nacionais nas compras governamentais e busca um acordo que seja benéfico para os países do Mercosul.

Além disso, o vice-presidente da representação brasileira no Parlasul, deputado Arlindo Chinaglia, criticou as objeções da UE em relação ao acordo de livre comércio e destacou a importância de resolver questões centrais de forma equilibrada para o bloco.

A situação entre Venezuela, Guiana, Mercosul, União Europeia e países envolvidos se mantém complexa e desafiadora, com desdobramentos que ainda devem ser acompanhados de perto. A busca por uma solução pacífica e equilibrada é fundamental para a estabilidade da região.

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