A queda nas receitas foi “inesperada”, segundo Diego Lopes da Silva, investigador do Sipri, em virtude das operações geopolíticas e da invasão russa da Ucrânia que alimentaram a procura global por armas e equipamentos militares.
A situação deveu-se, em grande parte, à queda nas receitas dos principais fabricantes de armas dos Estados Unidos, que enfrentam “problemas na cadeia de abastecimento e escassez de mão de obra” relacionados à pandemia de covid-19. Este cenário gerou uma queda de 7,9% nas vendas de armas em 2022.
Os fabricantes de armas russas também enfrentaram uma redução de 12% em suas receitas, totalizando US$ 20,8 bilhões (R$ 102 bilhões), o que pode ser resultado de atrasos nos pagamentos por parte do Estado Russo. Em contrapartida, os fabricantes de outras regiões do mundo, onde os equipamentos militares produzidos são menos complexos, atenderam à demanda, como na Ásia-Pacífico e no Oriente Médio.
A situação destaca a importância geopolítica das receitas das empresas armamentistas e como os eventos internacionais, como a guerra na Ucrânia, podem impactar significativamente o mercado de armamentos em todo o mundo. Além disso, a expectativa é que a demanda por armas continue a aumentar, com muitos países europeus comprometendo-se a aumentar os seus gastos militares após a invasão russa da Ucrânia. A guerra na Ucrânia e as ações geopolíticas resultaram em um cenário de incerteza para os maiores produtores de armas do mundo, com implicações que vão além do setor militar.